O desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF1), proibiu o ex-ministro Geddel Vieira Lima de fazer uso de telefones. Nesta quarta-feira, 12, Bello colocou Geddel em prisão domiciliar, mas ordenou monitoramento eletrônico por meio de tornozeleira.
O ex-ministro do Governo Temer havia sido preso em regime preventivo no dia 3, por ordem do juiz Vallisney Oliveira, da 10.ª Vara Federal de Brasília. Geddel é alvo de investigação da Polícia Federal por suspeita de ter pressionado a mulher do doleiro Lúcio Funaro, preso desde julho de 2016 na Operação Sépsis.
Raquel Funaro confirmou à PF ter recebido ligações e sofrido pressão de Geddel, preocupado com uma eventual delação premiada do marido. Além do depoimento de Raquel, Vallisney também solicitou à Polícia Federal uma perícia no aparelho celular no qual ela recebeu a ligação. O trabalho ainda não foi concluído pela PF.
Na audiência de custódia, Geddel negou ter pressionado a mulher do corretor. “Em nenhum instante, impossível alguém demonstrar. Em nenhuma circunstância”, disse o ex-ministro. Segundo Geddel, ele retornou uma ligação da mulher de Funaro que “ficou marcada em seu celular” e que na conversa não houve nenhum tipo de pressão. Indagado pelo procurador Anselmo Cordeio Lopes, o ex-ministro afirmou que ligou “mais de dez vezes” para a mulher de Funaro, mas que nunca perguntou “se ela estava recebendo dinheiro”.
O advogado de Funaro, Bruno Espiñeira foi quem entregou à Polícia Federal as cópias das telas do celular com as conversas entre Raquel e o ex-ministro de Temer. As conversas pelo aplicativo WhatsApp foram registradas em oito datas entre 17 de maio e 1 de junho deste ano.
Ao decretar a prisão preventiva de Geddel, o juiz Vallisney de Souza disse que ‘é gravíssimo’ o recente fato de o ex-ministro peemedebista ter entrado, ‘por diversas vezes, em contato telefônico’ com a mulher do corretor Lúcio Funaro.
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