Após firmar acordo de delação premiada e detalhar, durante depoimentos à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Polícia Federal (PF), sua relação com o presidente Michel Temer e seus interlocutores, o empresário Joesley Batista resolveu quebrar o silêncio e falar também sobre como funcionava o esquema de propina montado pela sua empresa, a JBS, durante a gestão do PT.
Em entrevista à revista Época, ele afirmou que costumava realizar pagamentos para integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de facilitar os negócios da JBS, uma gigante mundial do setor de proteína animal.
"Foi no governo do PT para frente. O Lula e o PT institucionalizaram a corrupção. Houve essa criação de núcleos, com divisão de tarefas entre os integrantes, em estados, ministérios, fundos de pensão, bancos, BNDES. O resultado é que hoje o Estado brasileiro está dominado por organizações criminosas. O modelo do PT foi reproduzido por outros partidos", disse o empresário.
No entanto, ele afirma que nunca teve contato com o ex-presidente. "Nunca tive conversa não republicana com o Lula. Zero. Não precisou ter conversa. Meu contato era o Guido".
A defesa do petista se pronunciou sobre as declarações do empresário. "A entrevista de Joesley Batista tem que ser entendida no contexto de um empresário que negocia o mais generoso acordo de delação premiada da história. Mesmo nesse contexto, Batista foi incapaz de apontar qualquer ilegalidade cometida, conversada ou do conhecimento do ex-presidente Lula”, disse o advogado Cristiano Zanin.
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