A mulher raptada no início da tarde desta quinta-feira (11) no campus de São Lázaro, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi deixada em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Segundo a tia da vítima, Nice Vaz, ela estava indo à faculdade para deixar dois currículos para uma vaga de emprego. Na ação, um mototaxista que a levava foi baleado e morreu no local.




[caption id="attachment_56273" align="aligncenter" width="620"] Mototaxista no chão enquanto aguardava resgate (Foto: Verena Paranhos/Correio)[/caption]


Após ser abandonada, a jovem ligou para os familiares informando sobre o acontecido. Ainda segundo a tia, ela pegou uma carona e voltou para casa. A mulher relatou também que os bandidos foram agressivos enquanto a mantiveram refém. "Eles deixaram ela já próximo de Simões Filho. Ela disse que eles foram muito violentos com ela, puxaram o cabelo e arranharam o braço. Ela está muito assustada", afirmou Nice.


A jovem raptada mora na Federação e foi até o campus São Lázaro com o mototaxista Rogério de Santana Souza, 30 anos, conhecido como Gordo. Os dois moram no mesmo bairro e eram conhecidos. Quando chegaram na rua Professor Aristides Novis, onde fica o campus da universidade, eles foram perseguidos por homens em um carro Citroen C3.




[caption id="attachment_56274" align="aligncenter" width="620"] Movimentação de policiais no campus de São Lázaro (Foto: Evandro Veiga/Correio)[/caption]


O mototaxista conseguiu entrar no campus, mas foi baleado em seguida. Um dos bandidos desceu do veículo, atirou em Rogério e obrigou a mulher a entrar no carro. O criminoso também pediu que ela recolhesse os celulares e documentos do mototaxista e colocasse dentro da bolsa dela. Segundo testemunhas, a mulher pediu "calma, calma, por favor" antes de ser arrastada pelo braço para dentro do Citroen C3. Na correria, a bolsa acabou caindo no chão, ao lado da moto.


Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local, mas Rogério morreu antes de receber os primeiros socorros. De acordo com a perícia, ele levou quatro tiros de uma arma calibre 38, três deles atingiram a região do braço direito e o outro o tórax. O rabecão do Departamento de Polícia Técnica (DPT) só removeu o corpo cerca de 4h depois do acontecido.




[caption id="attachment_56275" align="aligncenter" width="620"] A moto de Rogério e a bolsa de Wilma ficaram no local do crime (Foto: Hilza Cordeiro/Correio)[/caption]
Procura por emprego

Segundo vizinhos da mulher, ela costumava trabalhar como cuidadora de idosos e recentemente soube que havia vagas de emprego na instituição. A tia da vítima contou que essa foi a segunda vez que a jovem esteve no campus de São Lázaro procurando por trabalho. "Ela esteve na Ufba ontem (quarta), mas não encontrou o responsável para deixar o currículo e mandaram ela voltar hoje", contou.


A diretora do Instituto de Filosofia da Ufba, Maria Hilda Paraíso, negou que houvessem vagas disponíveis. A CookPontual, empresa de Belo Horizonte (MG) que administra o restaurante, não soube informar até a noite desta quinta se havia processo de contratação na unidade do campus.


O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) começou o levantamento do caso, mas a partir de agora o caso ficará com a Polícia Federal. A polícia também investiga se o carro utilizado no crime tem restrição de roubo.


De acordo com a diretora do Instituto, uma funcionária que presenciou o assassinato e o rapto passou mal e foi liberada do trabalho. Ela prestará depoimento na delegacia nesta sexta-feira (12). O campus, que tem 3.800 alunos, conta com nove vigilantes por turno.




[caption id="attachment_56276" align="aligncenter" width="620"] Peritos trabalham para recolher o corpo de Rogério (Foto: Almiro Lopes/Correio)[/caption]
Aulas na Ufba canceladas

As aulas no campus de São Lázaro foram suspensas após a morte do mototaxista. Os portões foram fechados no início da tarde, minutos após o crime. O vice-reitor da universidade, Paulo Miguez, esteve no local e afirmou que a instituição vai ceder as imagens das câmeras de segurança da universidade. "Nós temos câmeras em várias áreas do campus, pra monitorar a situação de segurança. Vamos tentar recorrer às imagens para ajudar as autoridades policiais a elucidar o caso", afirmou.


Correio 24H

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