Moradores do bairro do Bom Juá culpam a polícia pela morte de uma menina de seis anos na noite desta sexta-feira (17). O crime aconteceu na 4ª Travessa do Bom Juá. De acordo com os moradores, Mirela do Carmo Barreto estava com a mãe na estendendo roupas na lage da casa quando uma equipe da Polícia Militar chegou ao local em busca de um celular que havia sido roubado.


Na ação, os policiais fizeram disparos para o alto. Os tiros atingiram a criança no peito e cabeça. Ela chegou a ser socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento do bairro do San Martin, mas não resistiu aos ferimentos e já chegou morta a unidade médica.


"Por volta das 20h30 ela estava na varanda com a mãe quando quatro PMs chegaram agachados junto com um rapaz que era dono de um celular que tinha sido roubado. Os policiais estavam procurando esse celular pelo GPS. Nisso eles deram tiros para cima que atingiram a menina", conta Nivia de Assis, vizinha de Mirela que, depois que a menina foi baleada, pediu ajuda aos PMs para socorrer a criança.




[caption id="attachment_54201" align="aligncenter" width="620"] Imagem da casa onde morava Mirela. A menina foi baleada na lage (parde amarela) (Foto: Leitor via WhatsApp)[/caption]


Uma outra moradora do local afirmou que é comum que policiais cheguem atirando no bairro. Ela pediu justiça. "Era uma menina muito amada, muito querida aqui no bairro. Isso acontece sempre aqui. (policiais chegarem atirando). Direto policiais da base de São Caetano chegam atirando. É um absurdo, queremos justiça", afirmou.


Após a morte, a mãe de Mirela, Neide Barbosa, passou mal e foi socorrida para um hospital. O estado de saúde dela não foi divulgado. Neide foi mantida sedada na casa da sogra. O enterro de Mirela será realizado às 16h deste sábado, no cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas.


Familiares da menina estiveram na manhã de hoje no Instituto Médico Legal (IML) para fazer a retirada do corpo. O pai da criança, o vigilante Robenilton de Jesus Barreto, não teve condições de ver a filha no IML. "Ele está muito abalado. É muito difícil para um pai levar a filha na escola pela manhã e à noite encontrá-la morta em casa", disse Edjane Barreto, prima de Robenilton.




[caption id="attachment_54203" align="aligncenter" width="600"] Moradores fecharam via na BR-324 em protesto pela morte da criança no São Caetano (Foto: Leitor via WhatsApp)[/caption]


Em nota, a PM confirmou a operação realizada por policiais da 9ª Companhia Independente da Polícia Militar (Pirajá) em busca de um celular furtado. De acordo com o órgão, após rastrear o sinal de GPS do aparelho, os policiais foram recebidos a tiros pelos banidos e no confronto Mirela acabou atingida. Moradores do local negam que tenha havido troca de tiros.


"O recolhimento das armas dos policiais que participaram da ação já foi realizado. Diligências tentam identificar o grupo responsável pelo ataque. No entanto, apenas o resultado dos laudos poderão revelar de que arma partiu o disparo que vitimou a criança. O policiamento na região foi reforçado com guarnições das Rondesp", diz trecho da nota da PM. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o dono do celular fez o acionamento da guarnição, testemunhou toda a ação e também será ouvido.



Protesto


Na manhã deste sábado (18), uma manifestação deixou o trânsito lento na BR-324. Moradores de São Caetano fecharam as duas vias da pista por volta das 8h30, no quilômetro 623, na localidade conhecida como Jaqueira do Carneiro em protesto pela morte de Mirela. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os manifestantes colocaram fogo em objetos e usaram pedras para impedir a passagem dos carros. A via só foi liberada por volta das 9h40.


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