O Ministério Público Federal firmou um acordo entre os índios da etnia Mẽbêngôkre Kayapó e a companhia aérea Gol. Os índios da Terra Indígena Capoto Jarina vão receber uma indenização de R$ 4 milhões devido aos danos ambientais e materiais causados pela queda ao avião da empresa Gol Linhas Aéreas. O acidente aconteceu na região do Xingu em setembro de 2006 e deixou 154 mortos. Após a queda, os índios abandonaram a região devido aos prejuízos materiais e imateriais.



As discussões entre o MPF, lideranças indígenas e representantes da empresa, intermediadas pela Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do órgão, chegaram à conclusão de que o acidente aéreo causou danos na região. Os destroços da aeronave ainda estão no local, a queda do avião derramou grande quantidade de querosene no solo e, segundo as crenças indígenas, espíritos das vítimas permanecem no local. Os prejuízos fizeram com que os índios abandonassem a região onde viviam.


O acordo firmado no dia 17 de março estabelece que o valor da indenização será depositado em um prazo de 60 dias, após a homologação administrativa do termo de acordo pela 6ª Câmara de Coordenação de Revisão do MPF. A reportagem do Fantástico, da TV Globo, destaca que o dinheiro será depositado em uma conta bancária gerida pelo Instituto Raoni e serão empregados em favor da etnia indígena Mẽbêngôkre Kayapó e todos os membros das outras etnias e aldeias que habitam a terra indígena Capoto Jarina.


O MPF se comprometeu a fiscalizar o emprego dos recursos financeiros e, juntamente com a Fundação Nacional do Índio (Funai), acompanhará a execução do acordo. A Gol entende que o acordo firmado teve como premissa o respeito da companhia à cultura indígena


Acidente


O acidente envolvendo um avião da Gol Linhas Aéreas (voo 1907) e o jato Legacy, que deixou 154 mortos em Mato Grosso, ocorreu no dia 29 de setembro de 2006. As duas aeronaves colidiram no ar, enquanto sobrevoavam a Serra do Cachimbo, no norte do Estado. Todos os passageiros do Boeing 737-800 da Gol morreram. Em abril do ano passado, os pilotos do Legacy, Joseph Lepore e Jean Paul Paladino, foram condenados a três anos e um mês de prisão pelo acidente. Ambos vivem nos Estados Unidos.


Após a colisão, o Boeing se despedaçou no ar e caiu em uma região de árvores densas próxima à aldeia indígena. O Legacy, apesar de sofrer danos graves a sua asa e estabilizador horizontal esquerdo, pousou em segurança com seus sete ocupantes não lesionados, na base Aérea do Cachimbo. Várias famílias ainda lutam na justiça por indenizações.


Notícias ao Minuto

Receba notícias do Jacobina Notícias pelo nosso Instagram e fique por dentro de tudo! Também basta acessar o canal no Whatsapp e no Google Notícias.

Comentários

Postagem Anterior Próxima Postagem