Associações de policiais militares e o governo do Espírito Santo entraram em acordo na noite desta sexta-feira (10) para dar fim ao movimento que mantém PMs fora das ruas há uma semana. No entanto, mulheres dos militares alegam que o protesto vai continuar. "Associações não nos representam", disse uma companheira de militar, que participa da Comissão de Negociação das Mulheres, Familiares e Amigos da Polícia Militar e Bombeiro Militar.
No documento, fica prevista a volta das atividades às 7h deste sábado (11), em todos os batalhões e quartéis. O governo estadual não atendeu ao pedido de reajuste salarial, mas ficou de apresentar uma proposta no final de abril deste ano, caso a apuração das contas públicas e os resultados fiscais do Estado permitam.
De acordo com o G1, o movimento de familiares afirma que ninguém foi avisado ou convidado para a reunião entre as associações e o governo do estado.
"Como mediadora das famílias de militares, só posso dizer pelas mulheres que elas decidiram em um coletivo que não vão aceitar isso. Não houve representação do nosso movimento. O governo quer que acreditem que acabou, que está feito o acordo, mas não fizeram acordo com a gente. Nossa proposta não foi aceita", disse a companheira de Policial Militar, que preferiu não se identificar.
Uma das mulheres que protesta na porta do Batalhão de Missões Especiais (BME), localizado em Vitória, negou também que a paralisação tenha chegado ao fim.
“Eles não podem fechar um acordo sendo que o movimento é das mulheres. Não tinha nenhuma de nós lá. A reunião tem que ser passada por nós da comissão. O movimento continua, agora é que começam as negociações, porque conseguimos mobilizar representantes do Governo Federal”, afirmou a manifestante, que também preferiu não ser identificada.
"A gente busca sempre um entendimento, mas talvez uma parcela dessas mulheres ainda insista em ficar. Vai ser necessário um trabalho de convencimento, esclarecimento. Se não aceitarem esse acordo, se os policiais não acatarem, podemos chegar ao emprego de algumas medidas extremas, como o emprego de forçar armadas, e não é o que a gente quer", declarou.
Nesta sexta (10), o secretário André Garcia afirmou que se for preciso, vai demitir todos militares e dar início a um novo concurso. Para outra companheira de PM esta declaração revela que o governo do ES tem verba. "Se o governo diz que pode demitir todo mundo e fazer um novo concurso, ele tem dinheiro para pagar o que é de direito", afirmou.
"Não queremos aumento de salário, queremos o reajuste da inflação, que é de direito. O governador antes se gabava da atuação da nossa polícia, da redução de homicídios, então porque agora se tornou uma pedra no sapato?", questionou.
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