O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, disse nesta terça-feira (24) que a Odebrecht, que reconheceu o pagamento de subornos que somam US$ 29 milhões em troca de licitações de obras públicas entre 2005 e 2014, deve vender seus projetos e deixar o Peru.


Presidente do Peru pede que Odebrecht saia do país


"A Odebrecht terá que vender seus projetos no Peru. Alguns deles são muito bons em fornecimento de eletricidade, rodovias, mas lamentavelmente há esse problema da corrupção e a Odebrecht tem que ir embora, acabou", disse Kuczynski à rádio RPP.


A construtora terá de chegar a um acordo com o Ministério Público do Peru, que está investigando os casos de subornos das empresas brasileiras que operam no país, informou.


O presidente considerou "muito baixo" os 30 milhões de soles (aproximadamente US$ 10 milhões) que a empresa adiantou pela devolução dos ganhos ilícitos obtidos, em comparação aos US$ 2,5 bilhões que terá de pagar como multa nos Estados Unidos, onde houve poucas obras.



"Multinha" vergonhosa, diz presidente

"O país onde havia as maiores construções, além do Brasil, era o Peru, e nossa multinha é de 30 milhões de soles, uns US$ 10 milhões? Que vergonha", acrescentou. O mandatário afirmou que o MP verificará se a Odebrecht pagará o que deve e atuará sobre os ativos da empresa no Peru.


O governo peruano resolveu terminar a concessão de um gasoduto avaliado em US$ 7 bilhões, que havia entregue a um consórcio liderado pela Odebrecht, informou nesta segunda-feira (23) o ministro de Minas e Energia, Gonzalo Tamayo.


Na madrugada de terça-feira, o presidente disse, por meio de sua conta no Twitter, ter ordenado a execução de uma punição de US$ 262 milhões ao consórcio por descumprimento do contrato sobre o Gasoduto do Sul.


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