O bebê Pedro Silva Carneiro, de 9 meses, morreu ao ser agredido pelos pais, e não ao cair do carro em movimento em Prado, no sul da Bahia, como a família registrou inicialmente. O delegado Júlio César Telles, que investiga o caso, deu uma coletiva nesta sexta-feira (2) e informou que tanto a reconstituição quanto a exumação do corpo do bebê reforçam que a criança foi espancada por Jorge Mendes Carneiro Junior e Erisangela Santos Silva. Os pais estão presos.
De acordo com o delegado, a perícia mostrou que o pequeno Pedro tinha fraturas na face e na cabeça, resultado de um chute ou murro na boca. Ele também tinha fraturas em três ossos do crânio. Os ferimentos são incompatíveis com uma queda de veículo em movimento, segundo a polícia.
O caso foi em 29 de outubro. Os pais afirmaram que o garoto viajava na cadeirinha e teria caído da caminhonete em movimento, na estrada de Prado. Ele chegou a ser socorrido para a UPA da cidade, mas já chegou sem vida. A polícia começou a desconfiar da versão quando descobriu que o pai do bebê tinha histórico de violência doméstica.
O corpo do bebê foi exumado em 22 de novembro e a reconstituição aconteceu no dia 29. O delegado explicou que durante a reconstituição ficou provado que seria preciso uma força acima de 20 kg para provocar a inclinação da cadeirinha necessária para o bebê cair - além disso, ele precisaria estar sem cinto e os pais passando em uma curva acentuada a 80 km/h. O bebê tinha cerca de 12 kg. Testemunhas também afirmaram que viram os pais afivelando o cinto do bebê na cadeirinha.
O delegado diz que quando os pais foram confrontados com a informação de que a exumação confirmava uma agressão ao bebê, não souberam explicar. Ao longo dos depoimentos, ele afirma que houve várias contradições.
[caption id="attachment_49447" align="aligncenter" width="601"] Pais estão presos, mas negam crime (Foto: Teixeira News)[/caption]
A polícia ainda não sabe precisar quem teria agredido Pedro e como a situação se desenrolou. A perícia encontrou secreções da criança no banco dianteiro do carona, onde estava a mãe. Antes de encerrar o inquérito, o delegado espera que seja feito um exame especial para tentar encontrar vestígios de sangue no interior do carro.
A expectativa do delegado é concluir o inquérito na segunda-feira, quando pai e mãe serão indiciados por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e impossibilidade de defesa. "Independente de quem deu o golpe, os dois participaram e estão se encobrindo", afirma o delegado.
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