Pouco mais de um ano depois da tragédia causada pelo rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, na cidade de Mariana (MG), que causou mortes e devastação ambiental, afetando também o Rio Doce com lama, rejeitos sólidos e água, a mineradora Yamana Gold ainda não orientou as comunidades que circundam o complexo da empresa no interior do município de Jacobina sobre um plano de emergência.


Após um ano da tragédia em Minas, mineradora Yamana ainda não orientou moradores em Jacobina


Logo após a tragédia em Mariana, uma enxurrada de questionamentos vieram à tona em Jacobina. À época, o medo da população era que algo similar pudesse acontecer com a primeira barragem da mineradora Yamana Gold em Jacobina. Em resposta aos questionamentos da população, a Yamana trouxe para Jacobina o engenheiro civil Rafael Jabur - responsável pelas barragens de rejeitos da empresa no Chile, México, Argentina, Canadá e Brasil. Na ocasião, o engenheiro explicou que haviam 'pouquíssimas possibilidades de rompimento' de uma das barragens da mineradora em Jacobina, pois o método de construção seria bem diferente. Porém, ele não descartou a possibilidade e disse que  seria necessário um 'evento extraordinário' para provocar um rompimento na primeira barragem da Yamana em Jacobina.


Durante a coletiva, o engenheiro também foi questionado sobre um plano de fuga para emergências e orientações aos moradores de comunidades próximas à mineradora. Também na época, a empresa se comprometeu em levar mais informações para os moradores e disse que a responsabilidade de traçar o plano e fazer contato com as comunidades seria da prefeitura. No entanto, passado pouco mais de um ano, nada foi feito para orientar, esclarecer e mostrar para a população local quais os procedimentos devem ser adotados em caso de rompimento de uma de suas barragens.


Após um ano da tragédia em Minas, mineradora Yamana ainda não orientou moradores em Jacobina


O questionamento que fica é: seria necessário algo pior acontecer para depois orientar a comunidade?


Este também foi um dos questionamentos do especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos Almacks Luiz. À época, Almacks disse que mais cinco barragens ainda seriam construídas pela mineradora Yamana em Jacobina. "Como a primeira barragem foi fechada por ter chegado em sua capacidade máxima e a segunda barragem só tem capacidade para 13 milhões de toneladas de material, o complexo minerário de Jacobina terá que ter mais 5 (cinco) outras barragens de rejeito para acumular a quantidade de material declarada pela própria Yamana Gold em seu NI – 43.101", explicou.


Fonte: Jacobina Notícias

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