A decisão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) de retirar os aproximadamente 600 projetos eólicos e solares do estado do próximo Leilão de Energia Renovável (LER) podem fazer o estado perder quase R$ 3 bilhões em investimentos. Os cálculos são do especialista em energia renovável, Rafael Valverde, diretor da Eolus.


Segundo ele, caso participe do leilão, o estado tem tudo para manter os percentuais de contratação em leilões de energia, no caso da energia eólica, de 30%, e da solar, 25%, o que deve render contratações de 300 megawatts (MW) e de 250 MW, respectivamente, de 2 gigawatts oferecidos. O problema foi noticiado nesta segunda-feira pela coluna Farol Econômico.


– Esta situação atual é muito grave e pode travar o desenvolvimento de cadeias importantíssimas para a Bahia – avisa.


Na última semana, o ONS e a EPE emitiram uma nota técnica onde apontam que os três principais estados geradores de energia eólica no país – Bahia, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul – estão sem capacidade para escoar a produção.


Em bom português, faltam linhas de transmissão. Apenas 10% dos 20 gigawatts em projetos eólicos que foram inscritos para participar do leilão estão aptos à disputa, de acordo com estimativa da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Todos os outros serão barrados pela falta de transmissão.


No caso da Bahia, nem estes 10%. O ONS e a EPE são claros: “não existe capacidade remanescente para escoamento de energia elétrica nos Barramentos da Rede Básica, DIT e ICG localizados no estado da Bahia”.


correio24h

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