O bombardeio que deixou ao menos 140 mortos e mais de 500 feridos em um funeral no Iêmen, no último dia 8, foi resultado de uma "informação errada", informaram os investigadores designados pela coalizão liderada pela Arábia Saudita.


Ataque que matou 140 no Iêmen foi fruto de 'informação errada'


Segundo a investigação, o ataque aéreo foi realizado sem as precauções habituais destinadas a limitar as baixas civis e sem o consentimento do comando.


O alvo do ataque foi um salão onde era realizada uma cerimônia fúnebre na capital iemenita, Sanaa, controlada pelos rebeldes houthi, que tomaram a cidade em 2015.


"Devido ao descumprimento das regras de enfrentamento e dos procedimentos da coalizão, assim como uma informação errônea, um avião da coalizão atacou erroneamente o local, o que provocou a morte e ferimentos de civis", afirmaram os investigadores.


A equipe recomenda punir os responsáveis pelo erro, indenizar as vítimas do bombardeio e revisar as "regras de enfrentamento" nas operações militares no Iêmen.


Aliados do ex-ditador Ali Abdullah Saleh, deposto durante a Primavera Árabe em 2011, os houthi supostamente são apoiados pelo Irã e pela milícia xiita libanesa Hizbullah.


A coalizão árabe bombardeia posições dos rebeldes em apoio ao presidente Abd Rabbo Mansur Hadi. A princípio, ela negou responsabilidade pelo ataque ao funeral. O bombardeio foi condenado por inúmeros países e levou os Estados Unidos, aliado dos sauditas, a anunciar uma revisão de seu apoio à coalizão árabe.


A ONG Human Rights Watch afirma que esse bombardeio equivaleria a um crime de guerra e destacou que era desproporcional ante a evidente presença de civis durante a cerimônia.



AMERICANOS LIBERTADOS

Um chefe dos rebeldes houthis afirmou que um primeiro grupo de 115 pessoas feridas será transferida para o vizinho Omã.


Dentre eles, estão dois americanos que haviam sido sequestrados no Iêmen e foram libertados graças à mediação omani, informou a agência estatal do país. Os EUA agradeceram pelo "bom gesto" dos rebeldes houthis.


O sultanato de Omã é o único país árabe do Golfo que não participa da coalizão contra os rebeldes no Iêmen e mantém bons contatos com os houthis, assim como com o regime do presidente Hadi. Durante a semana, a ONU exigiu que se responsabilize e julgue os envolvidos no bombardeio.


"Temos que fazer todo o possível para garantir que os autores destes ataques desumanos cheguem à Justiça", disse o representante da ONU para o Iêmen, Ismail Uld Sheikh Ahmed, após se reunir com o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault.


O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu a criação de uma comissão independente que investigue as violações dos direitos humanos no Iêmen, afirmando que o Conselho de Direitos Humanos, com sede em Genebra, deve realizar uma "investigação completa", depois que o organismo negou-se no mês passado a iniciá-la.


A guerra no Iêmen país causou 6.885 mortos desde março de 2015, segundo a ONU. Quase a metade desse número são civis.


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