A agente de viagens Sulamita Mermier, de 31 anos, denunciou à polícia e em vídeo na internet um caso de racismo na Praia da Reserva, zona oeste do Rio. Ela chegou à praia às 13h30 do domingo, 28, acompanhada por duas amigas, e logo que se instalaram na areia uma mulher que estava ao lado começou a fazer críticas aos negros, em voz alta. Sulamita se classifica como mulata.
Como as ofensas se prolongaram - “preto é sub-raça”, “deveria pegar outra praia” e “não devia tomar sol” -, Sulamita passou a gravar a cena, com seu celular. Ao notar a filmagem, a mulher reagiu: “Grava essa m. A gente vai para a delegacia e tu vai (sic pagar mico. Porque eu não sei quem você é, eu sei quem eu sou. Você eu nunca vi. Vou acabar com a raça dessa desgraçada.”
Entre outras ofensas, a mulher - depois identificada como a pedagoga Sonia Rebello Fernandez, de 54 anos, que estava com o marido - afirmou que “preto é nojento, é lixo”, classificou Sulamita como “encardida” e disse que “suburbanos deveriam procurar outra praia”.
Quando o marido de Sulamita, que é branco, chegou à praia, Sonia teria passado a se dirigir a ele: “Você é marido dessa mulata nojenta, encardida? Você devia ter nojo de encostar nela.” Uma das amigas de Sulamita chamou a Polícia Militar e, após mais de três horas de ofensas, a pedagoga foi levada para a 16.ª DP, onde o caso foi registrado como injúria (cuja pena pode variar de 1 a 6 meses de prisão e injúria racial (pena de 1 a 3 anos de prisão). Sonia pagou fiança de R$ 500 e foi liberada.
Na web
O vídeo de Sulamita já teve mais de 5 milhões de visualizações nas redes sociais. A maioria indicou apoio à agente de viagens. Mas alguns a acusaram de “querer aparecer”.
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