O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (11) em Juazeiro, norte da Bahia, que o governo interino de Michel Temer (PMDB) está agindo para "desmontar programas sociais" e "vender o patrimônio" do país.


Temer privatiza porque não sabe governar, diz Lula


"Eles estão tentando criar condições Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica serem vendidos. Eles não sabem governar e precisam vender o patrimônio público. Mas eles podem saber o seguinte: eu sei [governar]", disse.


Acusando a oposição de "dar um golpe" na presidente Dilma Rousseff, disse que Temer sabe que o impeachment não é correto.


"Temer é estudado, é letrado, é advogado. Ele sabe que o impeachment não é uma coisa correta da forma como está acontecendo. (...) Só o povo pode tirar Dilma", disse Lula para um público de cerca de 2 mil trabalhadores rurais.


Ainda afirmou que o governo Dilma Rousseff (PT) "desandou" depois da eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara em 2015.


O ex-presidente, que iniciou uma espécie de "turnê" para barrar a saída definitiva de Dilma da Presidência afirmou que, até dezembro de 2014, o país tinha um baixo índice de desemprego e bons indicadores econômicos.


"A coisa desandou de 2015 para cá, sobretudo porque elegeram um cidadão como presidente da Câmara que se utilizou do cargo para atrapalhar a Dilma a governar este país", afirmou Lula que, em seguida, emendou: "Me parece que agora ele está para ser cassado".


Lula classificou o atual cenário de "muito desemprego e economia ruim", mas afirmou que "muita coisa está acontecendo por causa da política.


Ainda acusou a imprensa de criminalizar o PT: "Nunca vi tanto ódio destilado contra um partido político". Mas afirmou que "o companheiro do PT que errar, tem que pagar".



CIDADÃO JUAZEIRENSE


A visita a Juazeiro faz parte de uma programação de três dias de Lula por cidades nordestinas, onde participa de atos contra o impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT).


No início da tarde, Lula recebeu o título de cidadão juazeirense da Câmara Municipal em solenidade em um hotel da cidade.


Ao receber a honraria, Lula agradeceu ao diploma e brincou: "Vou levar lá para São Bernardo do Campo. Não sei se Polícia Federal vai fazer busca e apreensão e querer levar como prova. Mas acho que um diploma de Juazeiro vai impor respeito lá".


Falando para um público de cerca de cem pessoas, Lula elencou em os feitos do seu governo na região Nordeste, como a criação de universidades e escolas técnicas.


"A coisa mais importante que fiz no governo foi lembrar a este país que o Nordeste faz parte do Brasil. E lembrar às autoridades que para resolver problema do Nordeste, é preciso incluir a região no orçamento", disse.


No ato formal, Lula evitou falar em impeachment e citou a presidente Dilma Rousseff (PT) apenas uma vez, ao lamentar que duplicação da ponte entre Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) não tenha sido concluída.


"Depois do dia 22 [de agosto], quando a Dilma voltar, Rui [Costa, governador] vai fazer a ponte", prometeu Lula.


Principal ligação entre as duas cidades, a ponte é duplicada apenas no trecho pernambucano e ganhou o apelido de "ponte picolé" por causa do seu formato.



ATO 'CONTRA O GOLPE'


Na noite desta segunda, Lula participa de um protesto ato pela democracia e contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) na orla de Petrolina (PE).


Antes disso, participa do ato de lançamento da candidatura a prefeito de Juazeiro de Paulo Bonfim (PCdoB).


Nesta terça (12), o ex-presidente segue para as cidades de Carpina e Caruaru, em Pernambuco, onde participa de encontro com agricultores e de ato pela democracia.


A programação será encerrada na quarta-feira (13) com um ato público no Recife. Com informações da Folhapress.


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