A rotina dos funcionários da CCR Metrô Bahia que trabalham na Estação de Pirajá mudou na manhã deste sábado (16). É que uma das plataformas foi palco de um simulado de segurança para as Olimpíadas, promovido pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), em parceria com as Forças Armadas – coordenadas pela Marinha – e com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Durante o dia, as equipes irão simular quatro situações: explosões de bombas nas plataformas de embarques e nos trens, a percepção de uma ameaça terrorista, a abordagem tática de uma pessoa suspeita, e o desarme de um explosivo com possibilidade de ser uma arma química.
A primeira atividade do dia, por volta das 9h, foi a detonação de uma bomba na plataforma. Em segundos, o vão onde normalmente os passageiros aguardam para embarcar foi tomado por gente caída gritando por socorro, com marcas de queimaduras, cheia de sangue e fuligem. Imediatamente, os bombeiros entraram em ação, junto com homens da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), da Polícia Militar, dos Fuzileiros Navais, do Samu e outros funcionários do metrô.
Quem chegou para pegar os trens e não prestou atenção à sinalização que alertava para a realização do simulado se assustou. Uma passageira ameaçou dar meia volta ao encontrar com a equipe da Marinha do Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NQBR) - dois homens desciam as escadarias com roupas especiais e levando uma maleta. "Já ia embora, quase morri do coração", disse, rindo, depois de ser avisada que estava em uma simulação.
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A agente de bilheteria Roseli Santos Barbosa, 35 anos, sequer se mexia. Deitada no chão, ela tinha marcas de queimaduras nos braços e pernas, além da roupa rasgada. "Fui chamada para participar e adorei. Vai ser muito importante para todos nós, porque vamos saber como agir se algo assim realmente acontecer por aqui. E foi tudo muito real, desde a cabine até a explosão da bomba aqui", disse, somente depois de receber autorização da coordenação do simulado.
Trabalho Conjunto
O tenente-coronel Antônio Julio Nascimento, do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, explicou quer todos os agentes envolvidos em salvamento foram chamados: fuzileiros navais, bombeiros, Comissão Estadual de Segurança para Grandes Eventos (Coesge), Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), Samu, Exército, Marinha, Aeronáutica.
"Chamamos todo mundo para o pessoal entender como funciona, o objetivo aqui estar pronto para salvar. Estamos trabalhando com quadros críticos que podem ser irreversíveis, então nunca é demais preparar para intervir", disse.
O tenente-coronel Marcos Oliveira, superintendente de de Gestão Tecnológica da SSP-BA e coordenador da Coesge, disse que o objetivo era fazer o simulado o mais próximo possível da realidade. "Houve uma preocupação de trazer o máximo de realidade, mas sem trazer pânico para a população, contanto com a conscientização de que isso pode fazer parte do nosso dia a dia", disse o superintendente.
O coordenador de Atendimento e Operações da CCR Metrô Bahia, Hamilton Trindade, afirmou que a simulação foi feita da Estação Pirajá por ser possível realizar o treinamento sem interferir na circulação dos passageiros. Enquanto uma bomba era detonada em uma plataforma, por exemplo, um passageiro tomava o trem tranquilamente na outra. Durante as Olimpíadas, a CCR vai ampliar a vigilância nas estações.
Outro simulado geral será realizado no dia 26 de julho na Arena Fonte Nova, de acordo com o Capitão de Corveta Flávio Almeida, do setor de comunicação do 2º Distrito Naval. Outros simulados menores também vêm sendo feitos nos últimos dias.
Clarissa Pacheco
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