Com o anúncio da delegação paralímpica, feita na manhã de ontem pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), ficou definido que a Bahia será representada na Olimpíada do Rio por 19 atletas - olímpicos e paralímpicos. Desses, 14 compõem a delegação olímpica - anunciada oficialmente anteontem - e cinco a delegação paralímpica. No total, são nove modalidades contempladas: atletismo, basquete, boxe, canoagem, futebol, maratona aquática, futebol de 5, remo adaptado e natação paralímpica.
Esses número é uma proporção pequena do total de atletas brasileiros: para os Jogos Paralímpicos, foram convocados 278 atletas. Para a Olimpíada, são 465 (o número subiu de 462 depois que a Bielorrúsia foi desclassificada para competir na canoagem, e o Brasil herdou a vaga para o k4 1000 m, garantindo mais três atletas). A participação baiana equivale a 3,22 % e 1,8%, respectivamente, ou a 2,5% com as duas equipes somadas.
Para a Olimpíada, a equipe está bem dividida: dos 14 atletas da 'delegação baiana', sete já estiveram em alguma edição dos Jogos Olímpicos. De longe, a atleta mais experiente é Miraildes Mota, a Formiga. A meia de 38 anos está a caminho da sua sexta Olimpíada - participa desde que o futebol feminino foi incluído nos Jogos, em Atlanta-1996.
Além de Formiga, já participaram de Jogos Olímpicos a colega de equipe Fabiana, os pugilistas Robenilson de Jesus, Robson Conceição e Adriana Araújo, o canoísta Erlon Souza e o maratonista aquático Allan do Carmo. Já a maratonista Graciete Santana, a jogadora de basquete Isabela Ramona, o boxeador Joedison Teixeira, os futebolistas Rafaelle e Walace, o canoísta Isaquias Queiroz e a maratonista aquática Ana Marcela Cunha participam pela primeira vez.
A equipe paralímpica tem apenas um 'novato': o remador Renê Pereira. O atleta, que está treinando em Florianópolis por conta da baixa qualidade da água do mar da Ribeira, disse que a convocação não foi uma surpresa, mas veio em boa hora.
"O aniversário do meu filho foi ontem [segunda-feira], e ele reclamou horrores porque não passei com ele. Estou há dez dias treinando fora de Salvador e só tenho previsão de voltar dia 25. [A convocação] É uma forma de concretizar algo que já sabia mas que ainda não estava oficial. É parte do sonho realizado", disse.
A nadadora Verônica Mauadie e os jogadores Jefinho, Gledson e Cássio conseguiram, inclusive, medalhas para o Brasil em outras edições dos Jogos Paralímpicos.
Chance de medalha
A maioria desses atletas têm perspectiva de medalha. Apenas Graciete, na maratona, Isabela, no basquete, e Joedison, no boxe, têm chances reduzidas de chegar ao pódio.
No mais, é de se esperar que esportes em que o país já tem tradição - como o futebol, futebol de 5, natação paralímpica e boxe - voltem a trazer medalhas. No boxe, o pugilista Robson Conceição (60 kg) é favorito, assim como as duas equipes de futebol.
Nas modalidades menos tradicionais, como maratonas aquáticas e remo adaptado, o favoritismo fica com a campeã mundial Ana Marcela Cunha e Renê Pereira, quinto do mundo em sua categoria.
Não contam?
Apesar de não terem nascido na Bahia, a maratonista Marily dos Santos e o goleiro da seleção olímpica Uilson Pedruzzi também representam de alguma forma o estado.
Natural de Alagoas, Marily consolidou sua carreira em Salvador, e atualmente treina na cidade de Pojuca. Ela, inclusive, foi a única representante da Bahia no atletismo nos Jogos de Pequim-2008.
Já Uilson, que atualmente defende o Atlético-MG, nasceu em Nanuque, no interior de Minas Gerais, mas viveu sua infância em Mucuri, no interior da Bahia. As duas cidades dividem o mesmo rio, que leva o nome da cidade baiana.
Nesta matéria, foram levados em consideração apenas os atletas. Por isso que o treinador da seleção olímpica, o baiano Rogério Micale, ficou de fora.
Gilmário Mendes Madureira, treinador e marido de Marily, também vai poder participar da Rio-2016. Ele é um dos técnicos pessoais que receberam o apoio da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
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