"É mentira. Não teve troca de tiros. Os policiais chegaram atirando e balearam minha irmã na varanda de casa", afirmou Clovis Machado, 32 anos, durante o enterro da irmã Vânia Machado, 40, na tarde deste domingo, 24, no Cemitério Quinta dos Lázaros.
Vânia levou um tiro na cabeça durante a ação de uma guarnição da 14ª CIPM (Lobato) na noite de sábado (23) na rua Divisa Alegre, no Lobato. Segundo familiares, ela foi levar a filha mais velha e o neto de um ano até o portão de casa. A filha ouviu os tiros e desistiu de sair.
Vânia também não saiu, mas foi baleada no portão de grade da casa. "Ela caiu com a cabeça nos pés da filha", disse a irmã Cleonice Machado, 35. Os relatos dão conta de que uma equipe de televisão acompanhava a ação da PM e parou de filmar após Vânia ser baleada - apesar do pedido de familiares e outros moradores.
A recusa gerou um protesto de moradores em frente à sede da 14ª CIPM (a 100 metros da rua Divisa Alegre), para onde a equipe de televisão foi levada pelos policiais da guarnição. Em nota, a PM disse que a guarnição foi averiguar uma denúncia de homens armados nos fundos do Colégio Ailton Pinto de Andrade.
Durante a abordagem, um indivíduo fugiu e dois PMs foram atrás dele. O suspeito atirou nos policiais, que revidaram com um tiro cada um. Momentos depois, os PMs souberam de uma mulher baleada nas imediações do local da abordagem. Ela foi levada por outros PMs ao Hospital do Subúrbio.
"Quase uma hora após a saída dos policiais do local, foi passada outra informação de que uma segunda mulher estava caída ao solo vitimada por disparo de arma de fogo", diz ainda a nota da PM. Moradores disseram que nenhuma mulher, além de Vânia, foi baleada.
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