Pelo menos cinco pessoas morreram - entre elas uma adolescente de 13 anos - e outras 18 ficaram feridas na explosão de uma tubulação da Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro (CEG), no fim da madrugada desta terça-feira, no conjunto habitacional Fazenda Botafogo, em Coelho Neto, na Zona Norte do Rio. Bombeiros dos quartéis de Irajá, Campinho, Parada de Lucas e Ricardo de Albuquerque fazem o resgate das vítimas, que estão sendo levadas para três hospitais diferentes da região. O acidente aconteceu por volta das 5h, em um dos prédios do condomínio.


Explosão em condomínio deixa 5 mortos e 12 feridos no Rio


De acordo com a Defesa Civil, a explosão atingiu o teto e as paredes, e o edifício não corre risco de desabar. Moradores do local dizem que o cheiro forte de gás já dura há um ano. Segundo eles, técnicos da companhia foram duas vezes ao local, mas não constataram nenhum problema. A empresa afirma que a divulgação de qualquer informação no momento seria prematura.


Explosão em condomínio deixa 5 mortos e 12 feridos no Rio


O subsecretário municipal da Defesa Civil, Márcio Motta, disse que pelo menos seis apartamentos tiveram os pisos afundados. Segundo ele, apesar do cenário de destruição, o prédio - que tem 8 apartamentos por andar - não corre o risco de desabar, mas foi interditado por tempo indeterminado.


FILHO DE CASAL MORTO DIZ QUE CEG SABIA DO VAZAMENTO


A Defesa Civil municipal montou uma tenda para cadastrar os moradores que tiveram os seus imóveis afetados e que não poderão retornar. Luiz Guilherme Pereira de Oliveira, de 27 anos, mora próximo ao prédio e perdeu os pais. Os dois moravam no primeiro andar do edifício 38. Francisco Guilherme de Oliveira Filho, de 55 anos, trabalhava como pintor automotivo, e Rosane Alves, da mesma idade, era secretária.


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- Eu estava dormindo e ouvi um pequeno estrondo, mas achei que estava sonhando. Uma vizinha me acordou e fui correndo até a casa dos meus pais. Eles moravam no primeiro andar. Parece que o chão afundou e as coisaram caíram em cima deles. Eles foram resgatados depois de uma hora e meia, mas já estavam mortos. Tudo isso que aconteceu já tinha sido informado. A CEG já sabia que havia vazamento, mas uma equipe que veio aqui disse que era um pequeno vazamento e que isso era normal. Agora veja o que é um vazamento normal. Sinceramente, não sei o que vou fazer - lamentou Luiz Guilherme, que era filho único.


Os mortos em decorrência da explosão são: José S., de 85 anos (que morreu a caminho do Hospital Estadual Carlos Chagas); uma mulher ainda não identificada (que morreu a caminho do Hospital Estadual Getúlio Vargas); Rosane A. Oliveira, de 55 anos; Francisco G. Oliveira, de 55 anos; e uma adolescente de 13 anos.


Foram atendidas no local Renata C. Lima, de 34 anos, e Lenira M. Costa, de 79 anos (recusou remoção). Foram levados para o Hospital Estadual Carlos Chagas: Fernando C., de 56 anos; José J. Santos, de 69 anos; Ednei S. Silva, de 41 anos. As vítimas encaminhadas para o Hospital Estadual Getúlio Vargas são: Paulo R. Pereira, de 35 anos, e Jociara S. Nicácio, de 33 anos. No Albert Schweitzer, em Realengo, estão o casal Luiz Paulo Silva, de 71 anos, e Alzenira Silva, de 58. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, os dois sofreram traumatismo craniano leve e tiveram várias escoriações. O estado de saúde dos dois é estável, estão lúcidos e passam por exames na manhã desta terça-feira.


A gerente de gestão da CEG, Cristiane Delart, afirmou, por telefone, que seria prematura qualquer posição da empresa. Segundo ela, os técnicos estão fazendo levantamento de registros feitos por moradores do local que, há um ano, denunciavam o forte cheiro de gás.


Em nota, a CEG informou que se solidariza com os moradores e informa que está com equipes no local, trabalhando em conjunto com o Corpo de Bombeiros e com a Defesa Civil. O fornecimento de gás foi interrompido por medidas de segurança e, no momento, as causas do acidente estão sendo investigadas. Ainda segundo a companhia, qualquer informação, por hora, é prematura.


De acordo com a Centro de Operações da Prefeitura, a Rua Omar Fontoura, onde ocorreu a explosão, está interditada. O conjunto habitacional Fazenda Botafogo, que fica próximo à passarela 26 da Avenida Brasil, possui 86 prédios com 40 apartamentos cada. Os imóveis foram construídos na década de 1970.


EXPLOSÃO EM SÃO CONRADO


Em maio de 2015, o alemão Markus Bernahad Maria Muller, de 51 anos, morreu após uma explosão no seu apartamento, em São Conrado, na Zona Sul. O acidente ocorreu no número 1.001 do edifício Canoas, também o fim da madrugada, às 5h50m. Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) afirmaram, na época, que a explosão no prédio destruiu quatro apartamentos e danificou 72 imóveis e foi causada por um vazamento entre o rabicho do aquecedor e a tubulação de gás na área de serviço.


EM SÃO CRISTÓVÃO, 19 IMÓVEIS VIRARAM PÓ


Na madrugada do dia 19 de novembro do ano passado, moradores de São Cristóvão foram acordados pelo estrondo pouco antes das 3h com uma forte explosão que destruiu imóveis comerciais e residenciais. Oito pessoas ficaram feridas. Dos 54 imóveis afetados pela explosão, segundo a prefeitura, 19 viraram pó: ou foram destruídos totalmente ou precisaram ser derrubados devido a riscos. Na lista, estão, por exemplo, uma vila inteira (com 14 quitinetes, nos fundos do Ipueiras), uma farmácia, uma loja que vendia artigos esportivos e uma relojoaria, todos na Rua São Luiz Gonzaga.



Agência O Globo
Agência O Globo

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