O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu nesta terça-feira, 26, que o vice-presidente Michel Temer deve tratar em nível institucional a participação de tucanos em seu eventual futuro governo. Segundo o tucano - que se diz "pessoalmente" contrário à participação em possível governo - a direção da legenda, no entanto, "não deverá se opor" a essas participações.
"Se amanhã o presidente Michel Temer optar por querer nossa participação, deverá fazer institucionalmente com a direção do partido, que não deverá se opor", disse o tucano após reunião de quase três horas com a bancada do PSDB na Câmara para discutir como a legenda se portará em eventual governo do peemedebista.
A declaração de Aécio foi um recado direto ao vice-presidente de que uma possível indicação do senador José Serra (SP) - principal nome da sigla cotado para integrar o primeiro escalão de futuro governo Temer - deve ser negociada com a direção partidária, e não diretamente com o político a ser indicado. No último domingo, 24, Serra se reuniu a sós com Temer em Brasília.
Embora tenha dito que não vai se opor como presidente do partido, Aécio sinalizou que pessoalmente continua contra o PSDB assumir cargos no governo. "Para mim, cargos são secundários", disse, ao ser questionado se sua fala de hoje significava uma mudança de opinião pessoal.
A participação dos tucanos em eventual governo Temer divide os principais membros do PSDB. Enquanto Serra tem sido o principal entusiasta da ideia, Aécio e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que planejam disputar a Presidência em 2018, são pessoalmente contra a proposta.
O presidente do PSDB também rechaçou a proposta de que tucanos que assumirem cargos em um futuro governo Michel Temer devem se licenciar do partido. A ideia foi defendida por membros do legenda, como o secretário-geral da sigla, deputado federal Silvio Torres (SP).
Agenda emergencial. Na entrevista, Aécio confirmou que o partido deverá apresentar na reunião da Executiva Nacional do partido marcada para 3 de maio uma "agenda emergencial" com 12 a 15 propostas de saída para crise econômica que o Brasil vive. De acordo com o senador, a agenda será entregue a Michel Temer.
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