O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nesta quarta-feira, 16, assumir a Casa Civil do governo Dilma Rousseff. O petista se reuniu nesta manhã com a presidente e outros ministros do núcleo duro da gestão, como o atual titular do futuro posto de Lula, Jaques Wagner; Ricardo Berzoni (Secretaria de Governo) e Nelson Barbosa (Fazenda). A conversa durou quase três horas e foi encerrada pouco antes do meio-dia.


Lula decide assumir Casa Civil de Dilma Rousseff


Wagner já deixou o Palácio da Alvorada e segue hoje para Salvador, para comemorar seu aniversário, retornando a Brasília amanhã pela manhã. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast Político, Wagner não deixará o governo - Dilma quer manter o ex-governador baiano no núcleo duro do Planalto e ele pode assumir a chefia de gabinete da Presidência. O ministério de Dilma passará por uma pequena reforma com o ingresso de Lula, mas ainda não são conhecidos os detalhes das mudanças.


Com a confirmação de Lula na Casa Civil, o ex-presidente vai ocupar um gabinete no quarto andar do Palácio do Planalto, um acima do usado por Dilma, e terá entre suas missões reorganizar a base aliada do governo, a fim de conter o avanço do processo de impeachment no Congresso.


Lula também passa a ter direito ao chamado foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal, Corte em que são investigados e julgados ministros de Estado. O ex-presidente é alvo de investigação da Operação Lava Jato, com sede em Curitiba, por suspeita de ter recebido vantagens indevidas de empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobrás. Lula nega as irregularidades sob suspeita da força-tarefa, como obras pagas pelas empresas em um sítio em Atibaia usado pelo petista e em um tríplex no Guarujá construído pela OAS.


O ex-presidente chegou à capital federal na terça-feira, e passou a noite em reunião com Dilma no Alvorada. Lula queria ter certeza de como atuaria para reorganizar a base no Congresso e a garantia de que o governo adotará algumas de suas sugestões para "superar a agenda do ajuste fiscal" e promover mudanças que estimulem a economia.


O ministro Aloizio Mercadante, da Educação, protagonista do último problema enfrentado por Dilma por causa da delação premiada do senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS), chegou cedo ao Alvorada, mas não participou da mesma reunião de Dilma e Lula.


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A ida de Lula para a Casa Civil havia sido confirmada por assessores do Planalto e lideranças parlamentares. A primeira manifestação pública veio do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que anunciou há pouco pelo Twitter que o ex-presidente assumirá esse posto. "Ministro (Jaques) Wagner, no dia do seu aniversário, mostra grandeza e desprendimento ao deixar a Casa Civil! Lula novo ministro da pasta!", escreveu o deputado.


Estadão-Conteúdo

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