“O Brasil indignado depois do vazamento de uma ligação grampeada entre Lula e Dilma Rousseff.” Este é o título da reportagem que está entre as mais lidas do site do Le Monde desta quinta-feira (17).
A crise política no Brasil e seus desdobramentos, dignos de uma novela, ganha destaque diário na imprensa francesa, e é um dos assuntos mais comentados na Internet e redes sociais.
OLe Monde destaca as manifestações de “indignação” que explodiram nesta quarta-feira no Brasil depois do vazamento do telefonema grampeado entre Lula e Dilma Rousseff, pouco depois da confirmação da ida do ex-presidente para a Casa Civil, substituindo Jacques Wagner.
A gravação foi divulgada por Sérgio Moro, encarregado das investigações da operação Lava-Jato. Na conversa, Dilma diz a Lula que enviará rapidamente para ele “o termo de posse”, que poderá ser usado “em caso de necessidade”.
A recomendação, diz o jornal, foi interpretada como uma confirmação de que a volta de Lula ao executivo seria uma estratégia para evitar sua prisão. O Le Monde lembra que o ex-presidente foi detido no dia 4 de março para ser interrogado, suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro.
Em outras gravações, Lula diz esperar uma operação da polícia na próxima segunda-feira em seu domicílio. Mas, agora que se tornará ministro, penalmente ele responderá seus atos diante do Supremo Tribunal Federal, e não na Justiça Comum.
A divulgação provocou uma grande manifestação em frente à sede da Presidência da República, São Paulo e outras cidades, onde milhares de pessoas foram às ruas.
Gravação ilegal
A presidência da República respondeu às acusações anunciando que medidas “judiciais e administrativas” serão tomadas contra a flagrante violação da lei e da Constituição cometida pelo juiz Moro. Dilma teria enviado o termo de posse para Lula para que sua nomeação fosse oficializada. O ex-presidente, segundo o Planalto, também não estará presente em sua posse, inicialmente prevista terça-feira e antecipada para esta quinta-feira.
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