Tiago Zanfolin, 26 anos, preso nesta quarta-feira (16), em Brumado, por ter cometido ataques racistas contra a atriz Taís Araújo e a jornalista Maria Júlia Coutinho nas redes sociais, disse em depoimento à polícia que é inocente. Segundo o delegado Leonardo Rabelo, titular da 20ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Brumado), Tiago alega que suas contas foram hackeadas.
"Ele alega inocência, que não praticou nenhum tipo de crime. Disse que hackearam as contas dele", conta Rabelo. As investigações, entretanto, apontam que as postagens foram feitas do computador de Tiago, não apenas de suas contas. "É possível reconhecer pelo IP [endereço único de cada computador]", explica o delegado.
Ainda conforme o delegado, Tiago era o chefe de um grupo que, pela internet, fez vários ataques de ódio a celebridades, como Taís Araújo, Maria Júlia Coutinho, Sharon Menezes, Cris Vianna, Xuxa Meneghel e Angélica. "Ele chefiava esse grupo, os outros se referem a ele como o chefe", afirma Rabelo.
Existem outros grupos semelhantes na internet, de acordo com Rabelo. "Eles reúnem pessoas que têm ideias similares e disputam quem faz mais estrago na internet. São grupos rivais, que competem entre si", relata. "É uma disputa de ego, quanto mais eles atacam, mais são reconhecidos".
Rabelo também conta que os ataques são feitos com perfis falsos nas redes sociais, os fakes. "(Eles) criam fakes, pois sabem que o que eles fazem é crime", diz. Ainda assim, a polícia consegue identificar a autoria através do endereço IP.
A prisão de Tiago faz parte da Operação Cyberstalking, da Polícia Civil do Rio de Janeiro em parceria com as polícias de outros estados. Outros mandados de prisão e apreensão também foram cumpridos em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Tiago é funcionário de uma loja de venda e manutenção de equipamentos de informática e estava em casa quando foi preso. Segundo a polícia, ele não esboçou nenhuma reação e foi preso temporariamente. No imóvel, foram apreendidos um notebook, uma CPU e um celular. Os equipamentos foram enviados para perícia no Rio de Janeiro.
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