Tony ‘Galego’, atacante do Jacobina, é um jogador diferenciado dos demais que atuam no Campeonato Baiano. Não por demonstrar uma habilidade fora do comum ou um faro de gols acima da média, mas sim por conta do seu ingresso no esporte.
[caption id="attachment_32666" align="aligncenter" width="620"] Tony Galego tem primeira chance no profissional defendendo o Jacobina (Foto:Robson Guedes)[/caption]
No futebol moderno, geralmente os jogadores chegam muito jovens aos times. Eles são moldados por técnicos em diversas categorias de base até chegarem com totais condições de servir o time profissional. Aos 28 anos, um atleta vive seu ápice físico, em tese, mas é com essa idade que Tony irá estrear no Baianão.
“Eu aceitei a proposta por causa de pessoas que eu conhecia e tenho amizade. O presidente do clube [Rafael Damasceno] me convenceu. Assinei por isso. A proposta financeira é razoável, paga certo e em dia. Meu medo em não me profissionalizar era de não receber com essa garantia. Desde criança eu sonhava com isso, e não tinha tido a oportunidade concreta”, disse Galego, em entrevista ao Bahia Notícias.
[caption id="attachment_32668" align="alignleft" width="300"] Tony (à dir.) quando atuava na Seleção de Ipirá, pelo Intermunicipal (Foto: Reprodução/Valente Notícias)[/caption]
O atacante, porém, já rodou por diversos clubes que disputam o Campeonato Intermunicipal, sendo conhecido por todos os que acompanham o torneio, que reúne inúmeras cidades do interior da Bahia. Só que esse campeonato não dava total rentabilidade para Tony obter seu sustento. Então, a partir de 2011, ele passou a trabalhar como vigilante num banco. “A partir de 2011 eu virei vigilante do Bradesco. Não valia a pena me profissionalizar. Não queria aceitar porque era um risco. Me ofereciam salários de 1500, 2 mil reais. No banco eu recebia quase 4 mil com todos os benefícios. Era um risco que eu não queria correr”, revelou.
Mesmo com uma idade considerada avançada para a prática de futebol, Tony tem seus sonhos. Ele projeta fazer um bom estadual pelo Jacobina, para então poder assinar com outra equipe e dar prosseguimento em sua carreira. “Um time do interior de São Paulo, sei lá. Bahia e Vitória são mais difíceis, pois são clubes de Série A e B. Em uma equipe de Série C ou D, eu conseguiria me firmar e dar seguimento ao meu trabalho”, afirma.
Tony Galego tem um companheiro que já foi campeão estadual no ataque. João Neto conquistou o Baianão em 2011, pelo Bahia de Feira. O atleta passou também por Bahia, Portuguesa e Paysandu. Galego vinha fazendo companhia ao atacante no setor ofensivo do Jacobina, porém no último amistoso figurou no banco.”A gente vinha num esquema 4-3-3, e eu jogava com o João Neto. Ai no último amistoso, o treinador optou por um 4-4-2, e acabei indo para o banco. Mas estou confiante”, ponderou.
[caption id="attachment_32667" align="aligncenter" width="620"] Tony em amistoso contra Morro do Chapéu (Foto:Robson Guedes)[/caption]
Perguntado sobre a possibilidade de um arrependimento, ele é enfático. “Um amigo meu que me deu total suporte me disse uma coisa: ‘parta a perna de um homem, mas nunca seu coração’. Me arrepender eu não vou. Se não der certo, eu volto para minha antiga rotina e vou trabalhar em outra coisa. Eu me arrependo do que eu deixo de fazer, nunca do que eu faço”, contou, demonstrando emoção.
Tony terá sua primeira chance no profissional pela primeira rodada do Baianão. Galícia e Jacobina se enfrentam pelo último jogo da abertura do estadual. A partida acontecerá no dia 11 de fevereiro, às 18h, na Fonte Nova, em Salvador.
Fonte: Bahia Notícias
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