O secretário estadual do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, negou que a lama que destruiu a cidade de Mariana, em Minas Gerais, tenha chegado à costa do Extremo Sul da Bahia. Na manhã desta sexta-feira (8), Spengler sobrevoou a área, junto com a equipe técnica de monitoramento do Inema, e não identificou nenhum tipo de sedimento visível característico do acidente ambiental.
Segundo o governo, o sobrevoo pela costa durou mais de três horas e vistoriou, inclusive o Parque Nacional de Abrolhos. Amostras de água foram coletadas em alguns pontos para análise.
Manchas
A informação de que a lama proveniente do vazamento da barragem da Samarco, em Mariana, tinha chegado ao sul da Bahia, alcançando a região do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, foi divulgada em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (7) com os presidentes do Ibama, Marilene Ramos, e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Claudio Maretti.
Os dois informaram que estão monitorando a mancha que teria chegado à Bahia. Entre os locais em que a mancha teria sido avistada estão Caravelas, Trancoso e o entorno de Abrolhos - o Parque Nacional fica a 250 km da foz do Rio Doce.
Ontem, a presidente do Ibama chegou a dizer que os ventos fortes recentes acabaram impulsionando a mancha, que seguia para o litoral sul do Espírito Santo, mas também passou a se espraiar no sentido norte. "Hoje (ontem) fizemos um sobrevoo na região das praias do Sul da Bahia e do Parque de Abrolhos e já registramos a presença de material, de uma lama, que pelo aspecto visual, pela forma que foi avistada, tudo indica que seja a própria mancha, bastante diluída, que está se estendendo ao longo do litoral do Espírito Santo", afirmou.
O Arquipélago de Abrolhos é a área de maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul. A região reúne recifes de corais, algas, tartarugas e baleias jubarte. A ministra do meio ambiente, Izabella Teixeira, disse em novembro que a lama com rejeitos não deveria chegar ao parque.
Desastre
Em 5 de novembro, o rompimento de uma barragem de rejeitos de minério da Samarco em Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana (MG), causou o que a presidente Dilma Rousseff chamou de "maior desastre ambiental da história do Brasil". Pelo menos 15 pessoas morreram.
Uma enxurrada com 55 milhões de metros cúbicos de lama foi liberada após a ruptura da barragem do Fundão, invadiu o rio Doce, passando por cidades mineiras e do Espírito Santo, até chegar ao oceano Atlântico, 16 dias depois.
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