O ex-vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa e ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) teria intercedido a favor da construtora OAS junto ao banco, a Secretaria da Aviação Civil da Presidência e à prefeitura de Salvador, conforme denúncia do jornal O Globo. Segundo o veículo de comunicação, a Polícia Federal localizou mensagens entre o peemedebista e o então presidente da OAS, Léo Pinheiro, que comprovam as transações.
Geddel teria pedido recursos à empreiteira para financiar campanhas de aliados políticos no interior da Bahia e, também, para sua própria candidatura ao Senado em 2014. A reportagem apurou que Geddel também foi em busca de um emprego na OAS, conversando com um diretor da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Geddel enviou mensagem para Pinheiro falando que "a solução nos contempla". A declaração estaria relacionada ao aumento das chances da OAS de participar de concessões de aeroportos. A relação de Geddel com Pinheiro é descrita em detalhes em um relatório da Polícia Federal. O documento da PF explica que as mensagens de celular foram descobertas em dois celulares do empreiteiro apreendidos em um mandado de busca.
Geddel ainda tratou de um empreendimento imobiliário da OAS em Salvador, o Costa España. "Não esqueça daquela oportunidade para concluirmos aquela conversa sobre o Costa Espanha. Estou precisando definir o tema". Pinheiro também enviou uma mensagem para um interlocutor para falar sobre o empreendimento: "Nosso amigo GVL (Geddel) pede para vc ligar para Luis. Teve com o baixinho e está liberado o Costa Espanha (novo)".
Geddel admitiu ao O Globo ter estado com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), para tratar do empreendimento. A Caixa diz que o financiamento do Costa España foi feito por outra instituição financeira.
Ainda em entrevista ao O Globo, Geddel respondeu que precisava tratar com empresários: "É claro que hoje tem o fato de ele ter sido preso. Antes ele era empresário, e eu tinha de tratar com todo mundo, com empresário, com jornalista, com puta, com viado… Era coisa absolutamente natural", afirmou.
Fui infeliz no uso de uma expressão em entrevista ao Globo Peço desculpas a todos
— Geddel Vieira Lima (@geddel_) 20 janeiro 2016
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No relatório, a PF afirma: "Geddel aparece em algumas oportunidades solicitando valores para Léo Pinheiro, em especial relacionado ao termo 'eleição' e outros apoios. Já Léo Pinheiro demonstra ver em Geddel um agente político que pode ajudar na relação da OAS com órgãos e bancos (Caixa, por exemplo)".
O político usou as redes sociais para se posicionar. Em uma das postagens Geddel questiona se foi encontrada alguma irregularidade em seus atos. Veja:
Alguma duvida? Identificou alguma irregularidade? Estou aqui para esclarecer como do meu dever https://t.co/Oqkren4w1S
— Geddel Vieira Lima (@geddel_) 20 janeiro 2016
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A reportagem de A Tarde tentou contato com Geddel Vieira Lima, mas não obteve sucesso.
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