Afetada por incêndios florestais há 31 dias, a Chapada Diamantina ainda possui dois grandes focos de chamas: na região de Morro Branco e na região de Folha Larga, no final de Barro Branco. De acordo com o chefe interino do Parque Nacional da Chapada Diamantina, César Gonçalves, as chamas nessas duas regiões estão em locais de difícil acesso, o que dificulta o trabalho de bombeiros e brigadistas.
O combate às chamas está sendo feito por 44 bombeiros militares do Distrito Federal e uma média de 40 a 50 militares do Corpo de Bombeiros da Bahia e mais 50 brigadistas voluntários. Além disso, mais 7 aviões auxiliam no combate (quatro contratados pelo Governo da Bahia, um cedido pela Força Aérea Brasileira e dois provenientes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio) e mais três helicópteros (dois do Governo do Estado e um do Ibama). Segundo o secretário do Meio Ambiente do Estado da Bahia, Eugênio Spengler, um helicóptero enviado pela aeronáutica está em manutenção, sem previsão de voltar a atuar no combate.
Para Spengler, o incêndio na região de Morro Branco, no município de Lençóis, é o mais crítico. "Porque o terreno é alto, formada por muitos cânions e com fendas profundas nas próprias rochas. Tem áreas que são praticamente impossíveis de se chegar, principalmente com fogo", explica o secretário. Ainda de acordo com Spengler, há casos dos jatos de água sequer atingirem essas fendas onde estão localizados alguns focos de fogo. O incêndio na região de Barro Branco também é bem intenso e localizado em área de difícil acesso, mas está sendo monitorado e já há um pouco de rescaldo na região.
Ainda de acordo com o secretário, está sendo feito um monitoramento permanente ao longo da BR-242 porque vários focos de fogo estão surgindo na região, principalmente no final da tarde e início de noite. Esses focos têm monitoramento frequente da Polícia Ambiental e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), além dos próprios brigadistas, e são "possivelmente criminosos". Quando esses focos são identificados na região, equipes são enviadas ao local e os focos são rapidamente debelados.
Na manhã desta segunda-feira (23), um novo foco de incêndio foi identificado na região da Área de Proteção Ambiental (APA) Marimbus, dentro da fazenda Santa Helena. Segundo Spengler, há indícios de que o incêndio na região também seja criminoso. Ele foi rapidamente combatido e ainda durante a tarde desta segunda, as chamas foram controladas e passam por um monitoramento e o início da etapa de rescaldo.
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No domingo (22), os bombeiros e brigadistas conseguiram controlar o fogo no município de Mucugê que chegou a ocupar uma extensão estimada de 30 km seguidos, segundo a secretária do Meio Ambiente de Mucugê, Meirilan Aline Santos Machado. No sábado, uma pessoa foi presa em flagrante no município atuando fogo propositalmente.
[caption id="attachment_29301" align="aligncenter" width="620"] Incêndio destrói vegetação nas serras de Jacobina[/caption]
No Piemonte da Chapada Diamantina, nos municípios de Jacobina e Pindobaçu, na região Centro-Norte da Estado, os focos de incêndio foram controlados no sábado (21), após uma chuva na região que auxiliou o trabalho dos combatentes. Ainda no sábado, um avião do Inema chegou ao local para auxiliar no combate às chamas.
Investigação
De acordo com Spengler, a Polícia Civil está investigando os incêndios na região da Chapada Diamantina. Segundo o secretário, a investigação quer comprovar que os incêndios são de fato criminosos e identificar os responsáveis para que sejam punidos.
Após o fim das investigações, uma denúncia vai ser feita junto ao Ministério Público para que os culpados sejam punidos. Caso identificados, os criminosos serão enquadrados em vários artigos de crimes ambientais e civis.
"O que mais deixa a gente perplexo é como uma pessoa em sã consciência faz incêndio proposital tendo em vista a exuberância paisagística e natural da região, a exuberância econômica que aquela área representa e a relação com as religiões e os cultos místicos que a Chapada possui", ressalta Spengler.
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