Muitas cidades do interior sofrem com o pequeno número de médicos para atender as demandas locais. Pensando em melhorar essa realidade, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), campus Jacobina, iniciou há cerca de três anos um movimento para abrigar em suas instalações o primeiro curso de medicina da Chapada Diamantina.
[caption id="attachment_24375" align="aligncenter" width="620"] Epaminondas Macedo, diretor do IFBA/campus Jacobina (Foto: Reprodução/IFBA)[/caption]
Quando souberam que o curso não poderia funcionar na instituição, o sonho da população de Jacobina de ter uma faculdade de medicina não poderia acabar. Por isso, o Instituto, por meio do diretor Epaminondas Macedo, continuou presidindo a comissão formada por representantes da sociedade civil local. O projeto elaborado pelo IFBA foi repassado para a Prefeitura, que era a responsável pela inscrição em edital publicado pelo Ministério da Educação (MEC).
No mês de julho, o município soube que seria uma das 36 cidades que receberam aval do governo federal para abrigar uma instituição privada que oferecerá o curso. Em Jacobina, a vencedora do edital foi a Faculdade Ages, sediada em Paripiranga (BA).
Após o anúncio, surgiu um debate em torno do projeto de lei da Prefeitura de Jacobina que doa um terreno público para a construção da sede da nova faculdade. "O projeto prevê uma área de 60 tarefas para até então um único curso [Medicina], apesar da Prefeitura falar sem nenhum documento que serão seis cursos", informa Epaminondas.
Preocupados com essa questão, parte dos vereadores de Jacobina querem diminuir a área. Por isso, Epaminondas Macedo participou na manhã de sexta-feira (4) de sessão na Câmara de Vereadores de Jacobina, para pedir aos parlamentares que antes de votar o projeto de lei ouçam a sociedade e a Ages por meio de audiências públicas, como ocorreu a partir de 2009 com as discussões da doação do terreno para a construção do campus do IFBA.
Ainda sobre a ideia inicial do curso de medicina, o professor destacou que "muitos hoje aparecem como os responsáveis pela vinda do curso mas no passado foram contrários ou omissos, inclusive alguns vereadores. E aqui nasceu uma comissão da sociedade civil. Nós fomos taxados de demagogos e loucos mas nós seguimos em frente. Não compreendo como um projeto nascido na câmara não pode continuar sendo discutido e ouvido pela comunidade. Temos que doar o terreno, mas vamos fazer de forma competente e bem feita".
No final do discurso, Epaminondas citou a resposta do e-mail enviado para a Ages. Nele, o diretor geral da faculdade, José Wilson dos Santos informa que o processo de autorização ainda está em fase de finalização. Ele afirma que somente após a autorização final do MEC é que a Ages poderá participar de uma audiência pública na cidade. No e-mail, José Wilson informa ainda que a questão da doação não é fundamental pois a empresa tem recursos financeiros para comprar um terreno na cidade.
Após o discurso de Epaminondas, os vereadores decidiram suspender a votação do projeto de lei até a visita que será realizada à Ages nesta quinta-feira (10). O projeto deve ser votado na sessão do dia 14 de setembro.
Jacobina Notícias, com informações do IFBA/Jacobina
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