[dropcap]N[/dropcap]ove presos condenados à morte por tráfico de drogas na Indonésia deverão ser executados por fuzilamento. São oito estrangeiros, inclusive o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte. Há dois cidadãos da Austrália, três da Nigéria, um de Gana e uma das Filipinas, a única mulher do grupo.
Pedidos de clemência de familiares e dos países foram rejeitados pelo presidente indonésio, Joko Widodo, que alega que o país está num situação de "emergência" causada pelas drogas. A Procuradoria Geral indonésia disse que todos eles já esgotaram as possibilidade de recorrer das sentenças. Eles deverão ser executados simultaneamente na prisão de Nusakambangan, onde estão mantidos em isolamento. Veja quem são os prisioneiros e por que eles estão no corredor da morte:
Rodrigo Muxfeldt Gularte
Paranaense de Foz do Iguaçu, foi preso em julho de 2004 no aeroporto Sukarno Hatta, em Jacarta, com 6kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Foi condenado à morte em 2005. A família tentava que ele fosse transferido para um hospital psiquiátrico após ele ter sido diagnosticado com esquizofrenia.
Gularte foi submetido a um exame a pedido das autoridades indonésias em março, mas o resultado jamais foi divulgado, apesar de pedidos da família e do governo brasileiro.
Myuran Sukumaran
Sukumaran tem 33 anos e é cidadão australiano nascido em Londres. Em 2006, uma corte em Bali considerou-o chefe do "Os Nove de Bali" - um grupo de australianos preso em Bali com mais de 8 kg de heroína que seriam enviadas para a Austrália. Foi condenado à morte em 2006 e teve seu pedido de clemência rejeitado em dezembro de 2014.
Os advogados de Sukumaran alegam que ele é uma pessoa mudada desde que entrou na prisão - hoje conduz grupos de estudo da Bíblia e uma escola de culinária dentro da prisão de Kerobokan, em Bali. Seu irmão, Chinthu Sukumaran, disse ao jornal Sydney Morning Herald que não consegue acreditar que "este é o fim". "Ainda não perdemos a esperança."
Andrew Chan
Chan, de 31 anos, é australiano e junto com Sukumaran foi condenado à morte em 2006 por pertencer ao grupo "Os Nove de Bali".
Ele foi preso no aeroporto de Bali em abril de 2005 e teve seu pedido de clemência negado em janeiro deste ano. A defesa também argumenta que ele se recuperou na prisão, e dá aulas sobre a Bíblia e de culinária. Em um de seus últimos desejos, Chan casou-se com uma indonésia na prisão, na segunda-feira.
Mary Jane Fiesta Veloso
Veloso, 30, é filipina. Foi presa no aeroporto de Yogyakarta em abril de 2010 e condenada em outubro do mesmo ano à pena de morte, por tentar entrar com 2,5 kg de heroína na Indonésia. Ela disse que viajou ao país porque uma amiga da família havia lhe prometido um emprego como doméstica.
Alegou, também, que a mulher integrava uma quadrilha internacional que secretamente colocou a droga dentro da mala que carregava.
Martin Anderson
Anderson é cidadão de Gana nascido em Londres em 1964. Ele foi preso em Jacarta em 2003.
Seu pedido de clemência foi rejeitado em janeiro deste ano.
Zainal Abidin bin Mgs Mahmud Badarudin
Badarudin é o único cidadão indonésio entre os detentos a serem executados. Ele foi preso em dezembro de 2000 e condenado à morte por posse de maconha no ano seguinte. Sua clemência foi negada em janeiro deste ano.
Raheem Agbaje Salami
Salami é um nigeriano com passaporte espanhol. Acredita-se que seu nome verdadeiro seja Jamiu Owolabi Abashin, mas ele entrou na Indonésia usando um passaporte espanhol com o nome de Raheem Agbaje Salami.
Foi preso com cerca de 5kg de heroína dentro de sua mala no aeroporto de Surabaya em setembro de 1998. Foi sentenciado à prisão perpétua em abril de 1999, pena que foi reduzida para 20 anos. Mas, após recurso, a Suprema Corte condenou-o à morte.
Seu pedido de clemência foi rejeitado em janeiro deste ano.
Sylvester Obiekwe Nwolise
Nwolise é um cidadão nigeriano nascido em 1965. Foi condenado à morte em setembro de 2004 pela Justiça de Tangerang. Seu recurso de leniência foi rejeitado em fevereiro.
Ele foi considerado culpado pelo tráfico de 1,1 kg de heroína no aeroporto de Jacarta, em 2002. Em janeiro, o órgão indonésio de combate às drogas afirmou que Nwolise liderava um cartel de drogas dentro da prisão de Nusakambangan, onde está detido.
Okwudili Oyatanze
Oyatanze é nigeriano de 45 anos e foi condenado à morte por traficar 1kg de heroína através do aeroporto de Jacarta em 2001. Seu pedido de clemência foi rejeitado em fevereiro deste ano.
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