[dropcap]O[/dropcap] racionamento de energia elétrica deve ser anunciado no próximo mês de abril, prevê o presidente da consultoria Thymos, João Carlos Mello. Uma vez definido o racionamento, é possível que a efetiva adoção da medida demore mais algumas semanas, assim como ocorreu em 2001, ano em que o governo federal anunciou um racionamento para cortar em 20% a oferta de energia elétrica no país.
“Meu palpite é de que de abril não passa. No passado, o racionamento foi decidido em abril. Perdemos o mês de maio para definir como seriam as condições a partir de junho”, relembrou Mello.
O presidente da Thymos também “palpita” que o Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico não deve optar por um corte pequeno. “Acho que a tendência de 20% (de corte) é a mais forte”, afirmou o executivo durante apresentação realizada no Fórum de Comercialização de Energia: Outlook 2015, promovido pela Blue Ocean.
Na sequência, em entrevista a jornalistas, ele destacou que a tendência é de que o ONS opte por um “cenário de segurança”. Neste caso, seria natural esperar um reajuste mais próximo de 20% do que números de um dígito ou dois dígitos baixos. O corte, segundo afirmou acreditar, seria importante para que o nível de água dos reservatórios brasileiros pudesse ser recomposto ao longo de 2015.
O especialista acredita que o racionamento de energia, devido à falta de chuvas que provoca uma crise hídrica nos maiores reservatórios do país, é inevitável. “Caso não seja colocado em prática neste ano, a situação pode se protelar para os anos de 2016 e 2017”, alerta.
“É melhor sofrermos um pouco agora do que protelarmos esse sofrimento”, comentou. Mello acredita que o preço da energia pode ficar elevado até o início da próxima década, o que reduziria a competitividade da indústria brasileira. O mercado livre de energia, segmento composto pelos grandes consumidores do país, pode viver um cenário de “bolha tarifária” durante este período, ainda na visão do especialista.
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