[dropcap]D[/dropcap]epois do clima de tensão vivido pelos moradores no bairro Valéria no domingo (21), um dia após os ataques a ônibus no bairro, os moradores tentam retomar a rotina. Apesar disso, os ônibus ainda não circulam normalmente nesta segunda-feira (22). "Acordei às 5h da manhã para ir ao trabalho, mas nenhum ônibus havia entrado em Valéria", disse uma moradora ao Correio24horas.


Série de ataques a ônibus em Salvador deixa moradores do bairro Valéria sob tensão


Funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) não abriram as portas no início da manhã. Eles temiam novos ataques, segundo moradores. Apenas após a chegada de uma viatura da Polícia Militar o atendimento aos moradores foi retomado.


Porém, segundo a Polícia Militar e a Transalvador, os ônibus circulavam no bairro e o comércio local abriu as portas.Coletivos do sistema de transporte público não circularam no domingo em Valéria, mesmo com reforço no policiamento — com viaturas da PM, Rondesp, Batalhão de Choque e um helicóptero do Grupamento Aéreo sobrevoando a área. No sábado, três ônibus foram incendiados por criminosos na região de Valéria, em uma suposta retaliação à morte de um traficante conhecido como Mamano. Um veículo da empresa Praia Grande ficou totalmente destruído na Rua Nova Brasília, e outro na BR-324, sentido Salvador, perto da entrada de Valéria.


Série de ataques a ônibus em Salvador deixa moradores do bairro Valéria sob tensão


Outro da empresa Modelo Transportes foi parcialmente queimado, depois que cerca de dez pessoas invadiram o veículo e mandaram os 50 passageiros descerem. De acordo com um funcionário da empresa, eles jogaram gasolina e depois fugiram — o motorista conseguiu conter as chamas. Após a fuga dos criminosos, o veículo foi depredado e pichado com a frase “Katiara luto”, nome de uma facção criminosa que atua na região.


Embora a PM informe que “não há registro de ocorrências de confronto entre PMs e Mamano e nem informações sobre a morte do mesmo”, o dia ontem foi atípico no bairro. O comércio funcionou — mas lojas estavam com portas abertas pela metade.


A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) teve funcionamento parcial, com grades na entrada. “Faz medo de trabalhar, de ir na igreja ou no mercado”, disse uma comerciante. Sem ônibus circulando no bairro, os pontos ficaram cheios. Moradores tiveram que caminhar cerca de uma hora até ponto mais próximo onde havia coletivo.


“É uma falta de respeito com o trabalhador que acorda cedo para trabalhar e que não tem nada a ver com esse balacobaco”, reclamou uma moradora. A Transalvador informou que aguarda o apoio da Secretaria de Segurança Pública (SSP) para normalizar o serviço de transporte.


Segundo a assessoria do órgão municipal, moradores devem se encaminhar até a Palestina ou BR-324, para ter acesso ao transporte público. Já em Pernambués, onde um micro-ônibus da empresa Axé foi incendiado no sábado após o enterro de Iury Laranjeira de Freitas, 19, morto em um confronto na localidade da Baixa do Manu, o clima era de tranquilidade.


O comércio estava aberto e a população circulava normalmente. Logo no início da Avenida Thomaz Gonzaga, uma guarnição da PM abordava motociclistas. Apesar disso, nenhum morador quis comentar o episódio. Iury, acusado de envolvimento com o tráfico de drogas.


Segundo a PM, ele foi encontrado baleado e levado em seguida ao Hospital Geral Roberto Santos, onde já chegou sem vida. Ele integrava a facção comandada pelo traficante conhecido como Nau. Com ele, foram encontrados um revólver calibre 38, munições e drogas.


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