[dropcap]U[/dropcap]m cidadão americano afirmou no domingo ter entrado ilegalmente na Coreia do Norte, um dos regimes mais fechados do mundo, para denunciar os EUA por violações de direitos humanos.


Americano 'invade' a Coreia do Norte para criticar os EUA


Arturo Martinez, um técnico em informática nascido em El Paso, cidade do estado americano do Texas bem próxima à fronteira com o México, foi apresentado na capital norte-coreana, Pyongyang, numa entrevista coletiva em que se sentou debaixo de um retrato dos ex-líderes Kim Jong-il e Kim Il-sun. O homem, de 29 anos, alega ter conseguido entrar em território norte-coreano ao cruzar o rio Yalu, que separa o país da China.


Segundo as autoridades norte-coreanas, Martinez teria chegado ao país em novembro, dois dias depois de o presidente da Central Americana de Inteligência (CIA), James Clapper, ter ido a Pyongyang para negociar a libertação de dois americanos presos na Coreia do Norte – ambos já foram libertados.



'Bipolar'


Martinez afirmou ter escolhido a Coreia do Norte para divulgar sua mensagem por sua "tendência socialista" e por seu "desafio ao poder imperialista americano ao longo da história".


Sua aparição foi ainda mais surreal porque o local usado para apresentá-lo à imprensa foi o Palácio Popular da Cultura, que é normalmente o cenário usado nas ocasiões em que as autoridades norte-coreanas exibem desertores que retornam ao país.A surpresa só aumentou quando o americano disse não estar detido e ter entrado na Coreia do Norte por meios proprios. Ele fez duras críticas aos EUA e afirmou que a democracia americana é "uma ilusão".


Americano 'invade' a Coreia do Norte para criticar os EUA


Durante o evento, ele expressou o desejo de pedir asilo à Venezuela. Uma funcionária do Departamento de Estado dos EUA, Marie Harf, disse que que o órgão está pronto para prestar assistência consular a Martinez. Nos EUA, a mãe de Martinez, Patricia, disse à CNN que o filho sofre de transtorno bipolar. Segundo ela, Martinez havia tentado anteriormente entrar na Coreia do Norte, mas tinha sido detido e deportado. Na ocasião, ele foi internado num hospital psiquiátrico da Califórnia.


"Mas ele conseguiu uma ordem judicial para ser liberado e em vez de voltar para casa comprou uma passagem para a China, com dinheiro de um empréstimo que fez pela internet", explicou a mãe. "Ele disse que queria proteger os latinos e se preocupava com a população mundial. Gosta de ajudar os pobres."


Fonte: BBC Brasil

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