[dropcap]U[/dropcap]m adolescente negro de 14 anos foi inocentado pela morte de duas garotas brancas 70 anos depois de ele ser julgado culpado e ter a pena de morte executada nos EUA. George Stinney foi julgado, condenado e executado em apenas 83 dias depois do assassinato das duas meninas, de 11 e 7 anos. O crime aconteceu na Carolina do Sul, nos EUA, em março de 1944.
Betty June Binnicker, 11, e Mary Emma Thames, 7, foram encontradas mortas em um bairro negro na cidade de Alcolu. Elas estavam com ferimentos na cabeça que teriam sido causados por golpes com barras de ferro. Segundo o Guardian, Stinney chegou a confessar o crime, mas a família sempre acreditou em sua inocência e que ele foi forçado a dizer que tinha envolvimento. O adolescente foi a pessoa mais nova a ter pena de morte executada nos EUA no século XX.
Na quarta, a juíza Carmem Mullen anulou a sentença do caso, que classificou de um "episódio realmente infeliz". Ela disse ao inocentar Stinney que houve "violação dos procedimentos processuais que macularam sua acusação".
"A confissão simplesmente não pode ser considerada válida e voluntária, dados os fatos e circunstâncias desse caso, destacando-se a idade do acusado e sugestionabilidade", disse Mullen. A confissão de Stinney aconteceu em interrogatório sem presença dos pais, responsável ou advogado.
A irmã de Stinney, Aime Ruffner, foi testemunha no novo julgamento e disse que estava com ele na hora do crime. Até então, ela nunca tinha sido ouvida pela Justiça.
O caso lembra o do chinês que foi inocentado 18 anos depois de ser executado pelo estupro e morte de uma mulher. Huugjilt, que tinha 18 anos na época, foi declarado culpado em 1996 por um abuso sexual seguido de assassinato de uma mulher em um banheiro público.
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