[dropcap]U[/dropcap]m professor de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) causou polêmica ao declarar que preferia ser atendido por um médico branco do que um negro. As falas de Manoel Luiz Malaguti geraram indignação e os alunos da universidade fizeram um protesto nesta quarta-feira (5) pedindo a exoneração do docente.
[caption id="attachment_9513" align="aligncenter" width="640"] Foto: Reprodução/Gazeta Online[/caption]
Segundo os alunos, o professor afirmou na segunda-feira (3) durante uma aula no curso de Ciências Sociais que "detestaria ser atendido por um médico ou advogado negro". Posteriormente, em entrevista à Gazeta Online, ele negou essa frase, mas afirmou ter dito, sim, que preferia ser atendido por um médico branco, pela "possibilidade estatística" deste ter tido uma melhor formação ("mais preciosa, mais cultivada") do que um colega negro, caso o currículo de ambos fosse igual.
Ele disse que a frase foi dita em uma discussão sobre cotas na universidade. "Eu coloquei que se eu tivesse que escolher entre dois médicos, um branco e um negro, com o mesmo currículo, eu escolheria o branco. Por que eu escolheria o branco? Os negros, em média, vêm de sociedades, comunidades, menos privilegiadas (...) E nesse sentido, eles não têm uma socialização primária, na família, que os torne receptivos aos trâmites da universidade (...) Eles têm muito mais dificuldades para acompanhar determinadas exposições". E acrescenta: "Eu não acho que é uma visual preconceituosa. É bastante realista".
Para ele, o cotista negro não é inferior, mas tem "maior dificuldade" para conseguir acompanhar as aulas.
Na quarta, a Ufes comunicou que o professor foi suspenso de dar aula na turma de Ciências Sociais. Já o conselho da Ufes recomendou que ele não dê aula para nenhuma outra turma. Uma sindicância foi aberta para apurar o caso e será concluída em 30 dias. A universidade afirmou que repudia qualquer ato ou manifestação preconceituosa em seus campi.
Os alunos fizeram uma denúncia formal contra o professor por preconceito racial. Assista a entrevista do professor à Gazeta Online clicando aqui.
Postar um comentário