[dropcap]N[/dropcap]a disputa mais acirrada desde a redemocratização do país, a presidente Dilma Rousseff (PT) conseguiu se reeleger com uma margem de 3,5 milhões de votos em relação ao adversário Aécio Neves (PSDB). Dilma ficou com 51,64% dos votos válidos e Aécio com 48,36%. O resultado mostrou um país dividido, com predominância petista nas regiões Nordeste e Norte e tucana no Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
No seu discurso comemorando a vitória, na noite de domingo, 26, Dilma procurou desfazer o clima tenso que caracterizou a campanha. "Não acredito que essa eleição dividiu o país ao meio. Essa presidente aqui está disposta ao diálogo e esse é o meu principal compromisso do segundo mandato", disse, no hotel de Brasília onde o PT comemorou a vitória ao lado do ex-presidente Lula e dirigentes petistas e dos partidos aliados. Ela também reafirmou o compromisso de lutar pela reforma política nos próximos anos.
Os votos da região Nordeste, onde Dilma abriu uma margem de 12 milhões de votos, e a vitória dela em Minas Gerais, reduto político de Aécio, foram fundamentais para a sua reeleição.
Frente
Na Bahia, quarto maior colégio eleitoral do país, Dilma venceu com 70% dos votos válidos, ante 30% de Aécio. Nominalmente, marcou uma frente de 2,7 milhões de votos para Aécio, menos que os quatro milhões que o governador Jaques Wagner e o governador eleito Rui Costa previram no final do primeiro turno, quando Dilma obteve 1.598.755 de votos a mais que a soma de todos os outros adversários.
Em termos percentuais a performance da petista foi melhor no segundo turno, quando somou 70% dos votos válidos contra 30% do tucano. No primeiro turno, obteve 61% contra 28% de Aécio.
Politicamente, a vitória de Dilma fortalece a futura gestão do governador eleito Rui Costa (PT) que, em tese, não terá dificuldades para obter os recursos necessários às grandes obras de infraestrutura que o Estado está tocando para se modernizar, como a Ferrovia Integração Oeste-Leste (Fiol) e o Porto Sul, além das intervenções visando melhorar a mobilidade em Salvador, em especial a Linha 2 do metrô.
Quem perde é o DEM do prefeito ACM Neto que vai precisar, agora, de muito jogo de cintura para superar os desentendimentos e a troca de ofensas durante a campanha com Rui e o governador Jaques Wagner. Neto queria ser a "ponte" entre o Estado e o Palácio do Planalto caso Aécio fosse eleito presidente. Vai precisar consertar a ponte do bom relacionamento que tinha com o governo estadual. Para o PMDB-BA que faz oposição ao PT local, as eleições também foram muito ruins.
Apostou na aliança com o DEM e o PSDB e perdeu. À oposição resta se preparar para as eleições municipais de 2016, quando o PT vai mais forte para tentar ganhar a prefeitura de Salvador e evitar a reeleição de ACM Neto.
Por: Biaggio Talento/A Tarde
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