[dropcap]D[/dropcap]e março até esta sexta-feira, 17, cerca de nove mil pessoas foram infectadas pelo vírus ebola em todo o mundo. Desse total, foram contabilizadas mais de 4.500 mortes. No Brasil, o paciente Souleymane Bah, 47, primeira pessoa classificada como suspeita de ter contraído o ebola no Paraná, recebeu alta no início dessa semana.


Estado da Bahia diz estar pronto para conter ebola


No estado não foi registrada nenhuma suspeita, mas, de acordo com informações da pasta estadual da Saúde (Sesab), a Bahia está preparada para lidar com o vírus.


O coordenador estadual de emergência e saúde pública da Sesab, Juarez Dias, afirma que foi montada uma equipe específica no hospital Couto Maia (Mont Serrat, em Salvador) para receber esses pacientes. A unidade é referência no estado para o tratamento de doenças infectocontagiosas. "Fizemos investimentos para capacitar médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para que eles saibam lidar com esse tipo de situação", disse.


O treinamento contou com noções de como transportar materiais com risco de contaminação, manter o quadro geral do paciente, conter a transmissão e como utilizar os equipamentos específicos, como as roupas especiais utilizadas pelos agentes. Dias explica que o hospital abrigará o paciente que apresente sintomas suspeitos até que o quadro de saúde seja estabilizado.


Em seguida, ele será transferido para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), no Rio de Janeiro, unidade de referência indicada pelo Ministério da Saúde (MS) para receber os pacientes contaminados pelo vírus ebola.  O transporte de pessoas infectadas será feito por avião disponibilizado pela Força Aérea Brasileira. Na capital e regiões próximas, o transporte será feito por unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).


"Caso a suspeita de contaminação seja detectada em outras cidades, distantes mais de dez quilômetros da capita o transporte será aéreo, caso contrário o Samu estará habilitado para o transportá-lo", explicou.




[caption id="attachment_8425" align="aligncenter" width="618"]Mais de 4.500 pessoas já morreram no Mundo vítimas do ebola Clique na imagem para ampliar[/caption]

A Secretaria da Saúde de Salvador (SMS) informou que, caso seja registrado alguma suspeita na capital, o município seguirá plano de contingência elaborado pelo Ministério da Saúde. A orientação do órgão municipal também é a de transferir o paciente para a unidade de referência no Mont Serrat.



"Suficiente"


No estado, não há uma estrutura nova para abrigar esses pacientes. O atendimento será realizado no Couto Maia, da mesma forma como é feito em casos de outras doenças infectocontagiosas. Para o coordenador da Sesab, a estrutura disponível atualmente é suficiente para atender à demanda, caso ela surja.


"O hospital Couto Maia está preparado, não apenas no atendimento, como em materiais e alas de isolamento", completou. Além de dispor da unidade de referência, o estado conta, hoje, com 20 kits de equipamentos de proteção, adquiridos durante a Copa do Mundo, que estão disponíveis para uso, caso seja solicitado por qualquer hospital ou posto de saúde da Bahia.


Ainda assim, segundo Dias, serão comprados mais kits até o final do ano. "Cada unidade de saúde do estado deve ser responsável por adquirir um kit para casos de urgência e emergência. Além disso, elas devem treinar os funcionários para que saibam como vesti-los e descartá-los após o uso", disse.



Quadro mundial


A doença é causada pelo vírus ebola e, no surto atual, já matou a metade dos pacientes diagnosticados. Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria foram os países africanos que apresentaram mais casos de ebola no mundo até o momento. O ebola é transmitido pelo contato direto com sangue e fluidos corporais (suor, urina, fezes e sêmen) de pessoas contaminadas, além de tecidos de animais infectados.


Parentes dos pacientes e os profissionais de saúde que tratam os contaminados com ebola são os indivíduos em maior situação de risco. Mas qualquer pessoa que se aproxime de infectados se coloca em risco.


A doença não tem cura. Existem apenas remédios e vacinas experimentais sendo testadas no Canadá, Estados Unidos e na África. O tratamento consiste em amenizar os sintomas.


Fonte: Luana Almeida/A Tarde

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