[dropcap]T[/dropcap]iros de metralhadora, disparados acidentalmente, atingiram nove mulheres que se preparavam para um passeio ciclístico, por volta das 6h30 de ontem, no centro de Lençóis (a 414 km de Salvador).
A arma era portada por um agente da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (CIPPA), responsável por acompanhar as 186 atletas inscritas no evento esportivo até Andaraí, a 36 km de Lençóis. O caso é apurado por meio de inquérito militar (IPM), de acordo com o comando local.
As vítimas, cinco delas de Lençóis e quatro do distrito de Tanquinho, foram levadas em ambulâncias para o hospital da cidade e, em seguida, encaminhadas para um hospital em Irecê, duas delas em estado grave. Elas faziam uma oração, antes da largada, no momento dos disparos. Segundo relatos, o policial lutou para manter a arma apontada contra o chão (os tiros ricochetearam nas vítimas) e evitar uma tragédia maior. A Praça das Nagôs, em frente ao Mercado Cultural, foi tomada por gritos de horror.
A professora e organizadora do 12º Passeio Cilístico Pedal na Trilha, Joceildes Sá Melo Souza, 42 anos, estava chocada com o ocorrido. "Foi um erro porque um policial nunca poderia estar com uma arma tão pesada em um evento como esse", disse. Segundo ela, é o terceiro ano que a CIPPA acompanha o passeio que percorre uma antiga estrada que liga as duas cidades. "Nos outros anos, eles não usavam tantas armas", disse. O passeio foi cancelado.
A Tarde
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