[dropcap]O[/dropcap] nervosismo que tomou conta da política nacional no rastro do depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa ultrapassou a fronteira da disputa eleitoral e atingiu em cheio o mercado financeiro. Numa reação em cadeia, a neurose provocada pelo surgimento de um novo escândalo de corrupção fez as ações da estatal petroleira despencarem, levando também à queda da Bolsa.
Puxado pelas ações da Petrobras, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou em queda de 2,45%, a maior retração desde 3 de fevereiro, quando registrou desvalorização de 3,13%. Foram as ações preferenciais da Petrobras (sem direito a voto) que guiaram as perdas do índice. Os papéis, que chegaram a subir mais de 3% após a abertura dos negócios ontem, ainda na esteira da pesquisa Sensus, terminaram o dia em baixa de 4,91%.
Mesmo que tenha servido de pretexto para investidores venderem ações e embolsarem lucros acumulados recentemente com a Petrobras, a tensão no mercado é resultado direto da turbulência política surgida no fim de semana. Na sexta e no sábado, o jornal O Estado de São Paulo e a revista Veja publicaram reportagens baseadas em vazamentos de informações fornecidas pelo ex-diretor da petroleira à Polícia Federal em Curitiba.
De acordo com as duas publicações, para escapar da cadeia, Paulo Roberto resolveu falar mais do que havia dito em depoimentos ao Congresso Nacional, à Justiça Federal e à PF. O acordo de delação premiada integra o inquérito da Operação Lava-Jato, voltada a investigar um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de divisas através de doleiros e contas na Suíça.
Correio24h
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