[dropcap]D[/dropcap]esencantada com a ineficiência da polícia, a vendedora argentina Nélida Sérpico lançou mão de coragem alimentada pelos mais intensos sentimentos maternos para conseguir uma façanha: localizar, ela mesma, o acusado pelo assassinato do seu filho caçula, Octavio Gómez, morto aos 16 anos de idade. O crime ocorreu em dezembro de 2005 no bairro de Bajo Flores, na capital da Argentina, Buenos Aires.0011-624x330 A polícia tinha uma ordem de captura do criminoso, mas nunca o prendeu. Ao ver que o rapaz continuava livre e vivendo no mesmo bairro, a mãe, de 57 anos, arquitetou o plano para localizá-lo e entregá-lo, ela mesma, aos policiais. Durante os sete anos seguintes, Sérpico levou uma vida dupla e se arriscou caminhando, disfarçada, pelo bairro onde vivia o algoz de seu filho. No dia 7 de agosto, graças à investigação, a Justiça condenou Facundo Caimo, de 29 anos, a 15 anos de prisão pelo assassinato do estudante Octavio.


Em entrevista, Sérpico disse, soluçando, que "a Justiça foi feita. Nada devolverá o meu filho, tão bom menino, tão boa pessoa. Mas eu sempre acreditei em Deus e na Justiça e continuo acreditando. Mas quando vi que a polícia não fazia nada, decidi tomar uma atitude", contou.



Vingança


Entre 2006 e 2013, Sérpico chegava do trabalho, mudava de roupa e caminhava pela Villa 1-11-14, no Bajo Flores, segundo também a promotora do caso Monica Cuñarro. Depois ela voltava para casa, servia o jantar ao marido e voltava a fazer a mesma rotina, de vendedora, mãe e detetive. Ela e a promotora contaram que Octavio e Caimo frequentavam a mesma escola e um dia brigaram aos socos e pontapés. O assassino teria dito que se vingaria.


"Os amigos do meu filho me contaram que ninguém levou a ameaça a sério. Mas um dia meu filho desceu do ônibus e ele (Caimo) apareceu com outros rapazes e atirou contra ele pelas costas. Meu filho morreu na hora", afirmou. Um amigo de Octavio, que ficou ferido, descreveu à polícia os traços do acusado.
"Nélida é uma heroína. Mesmo sendo uma pessoa simples, jamais deixou de acreditar na Justiça, jamais pensou em fazer Justiça com as próprias mãos e jamais desistiu", disse a promotora.


 Fonte: BBC Brasil


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