O surto de Ebola que já matou mais de mil pessoas transformou partes da África ocidental numa zona de batalha, situação que pode durar até mais seis meses, advertiu o Médicos Sem Fronteiras (MSF) nesta sexta-feira (15), mesmo dia em que um outro trabalhador humanitário, que está na Libéria, reconheceu que o número exato de mortos pela doença é desconhecido. Tarnue Karbbar, que trabalha para o grupo Plan International no norte da Libéria, disse que as equipes de emergência simplesmente não são capazes de documentar todos os casos que surgem. Muitos dos doentes ainda são escondidos dentro de casa por parentes por terem muito medo de ir até os centros de tratamento da doença.
Outros são enterrados antes que as equipes possam chegar para identificar a doença, disse ele. No últimos dias, cerca de 75 casos surgiram em apenas um distrito. "Nosso desafio agora é colocar em quarentena a região para interromper a transmissão com sucesso", afirmou ele, referindo-se à área de Voinjama. Os centros de tratamento para o ebola estão sendo totalmente ocupados numa velocidade maior do que são montados, prova de que o surto no oeste africano é mais grave do que mostram os números, afirmou um funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O MSF chegou a comparar a situação a um estado de guerra. "Estamos correndo atrás de um trem que segue adiante", disse Joanne Liu, presidente internacional do grupo, em Genebra nesta sexta. "E é literalmente mais rápido do que estamos fazendo em termos de resposta", frisou. Nesta quinta (14), a OMS advertiu que a contagem oficial de 1.069 mortos e 1.975 infectados pode "estar enormemente subestimando a magnitude do surto". Informações da Associated Press.
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