O papa Francisco rezou nesta segunda-feira (7) uma missa com seis vítimas de abusos sexuais por padres católicos. Diante delas, ele pediu várias vezes perdão e se comprometeu a não tolerar e a reparar a situação. Foi a primeira vez que o papa se reuniu no Vaticano com vítimas de abusos por religiosos.
"Humildemente peço perdão", disse o papa argentino, ao reconhecer que os líderes da igreja "não responderam adequadamente às denúncias de abuso apresentadas por familiares e por aqueles que foram vítimas do abuso".
As três mulheres e os três homens foram abusados na Alemanha, na Irlanda e no Reino Unido quando eram crianças ou adolescentes. Após a homilia, o papa conversou com eles individualmente, em uma reunião que durou quase quatro horas, permanecendo cerca de 30 minutos com cada um.
"Isto leva ainda a um sofrimento adicional aos que tinham sido abusados, e pôs em perigo outros menores que estavam em situação de risco", declarou o pontífice, que admitiu que "os pecados de abuso sexual contra menores pelo clero têm um efeito virulento na fé e na esperança em Deus".
"Esses atos profanam a imagem de Deus", falou Francisco durante a homilia, que presidiu na capela da casa Santa Marta, onde mora desde que foi eleito, em março de 2013. O pontífice declarou que esses "atos são execráveis" e que "deixam cicatrizes para toda a vida". Ele continuou com um discurso forte, afirmando que esses abusos em crianças e os suicídios causados por eles "pesam no meu coração, na minha consciência e na consciência de toda a igreja".
A homilia do papa fez com que as vítimas chorassem e comovessem o pontífice. "Esse choro é de uma dor profunda, um sofrimento por muito tempo escondido, dissimulado na cumplicidade que não tem como explicar", disse Francisco. Ele pediu para que a igreja e as pessoas ajam com mais efetividade, afirmado que "aqueles que estão chorando, estão contagiando nossa consciência sobre esse crime que é um grave pecado".
Francisco pronunciou sua homilia em espanhol, sinal de que a escreveu de próprio punho, o que ocorre em momentos especiais, quando prefere utilizar seu próprio idioma.
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