A maior favela vertical do mundo, “Torre de David”, edifício da capital venezuelana, começou a ser desocupado. Na noite desta segunda-feira (21/07) teve início a mobilização para o translado de 77 das mais de mil famílias que habitam o complexo, idealizado inicialmente como um edifício financeiro.
“Ninguém dormiu essa noite”, disse uma das moradoras, que ainda não sabe quando terá que sair de sua casa. “Gosto de lá, têm os vizinhos, já são sete anos morando neste lugar. Será uma mudança difícil”, afirmou, nas redondezas do edifício, reconhecendo, no entanto, problemas vividos na moradia improvisada, como o fornecimento instável de água.
A chamada "Torre de David", cujo nome oficial é Torre Confinanzas, faz parte de um complexo arquitetônico formado por três prédios. Além desta torre principal com 45 andares — 28 dos quais estão ocupados —, há ainda outras duas: um edifício com 20 pisos totalmente habitado e um terceiro prédio com dez andares de estacionamento. A fachada da torre principal, composta em parte por vidros espelhados de escritórios, e parte por remendos de tijolos, reflete a história do edifício, cuja construção foi paralisada em meados dos anos 90, para logo ser invadida em 2007.
Inicialmente, a ocupação se deu em condições precárias, mas logo as obras internas foram sendo incrementadas. Ainda assim, não existem elevadores, e há quem suba mais de duas dezenas de andares a pé. Também há a opção de subir em moto-táxis pelas rampas do edifício, mas muitos moradores não podem pagar frequentemente os bolívares cobrados pela corrida. Moradores contam que antes temiam os episódios de violência que aconteciam no edifício, mas que atualmente a situação está mais controlada.
Ao explicar a desocupação, o ministro Villegas citou problemas de seguranças do edifício, que por não ter paredes em alguns trechos, facilitava a ocorrência de acidentes. Com a operação inicial, quatro andares da torre principal serão clausurados.
Ainda não se sabe qual será o destino da torre, que em 2012 chegou a receber um Leão de Ouro da Bienal de Veneza, o prêmio mais importante de arquitetura.
Fonte: OMundi
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