Israel disse ter expandido sua ofensiva terrestre contra o Hamas na Faixa de Gaza, e moradores relataram os maiores bombardeios desde o início do conflito, há 13 dias. A operação já deixou mais de 400 palestinos mortos, a maioria civis, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Cinco soldados e dois civis israelenses morreram.
[caption id="attachment_3458" align="aligncenter" width="626"] Mulher reage após a morte de parentes em Gaza: Essa é o mais violento ataque israelense desde o início da ofensiva.[/caption]
Mais de 40 pessoas morreram no distrito de Shejaiya em fortes bombardeios durante a noite, disseram médicos. Ambulâncias não puderam chegar ao local devido a ataques, e testemunhas relataram que corpos estão espalhados pela rua.
No sábado, dois soldados israelenses morreram durante um tiroteio com militantes palestinos que usaram túneis para invadir Israel e realizar ataques, disse o Exército.
Apesar da ofensiva israelense, militantes continuam a lançar foguetes contra Israel. O Exército israelense disse em comunicado que "forças adicionais" se juntaram ao "esforço de combater o terror" em Gaza. O coronel Peter Lerner, porta-voz do Exército israelense, disse que a ofensiva terrestre estava sendo ampliada para "restabelecer a segurança e a estabilidade dos moradores e cidadãos de Israel".
A ONU alertou para o fim do estoque de suprimentos para ajudar mais de 50 mil palestinos que se abrigam em escolas da entidade em Gaza. Uma autoridade da ONU disse que o número de pessoas deixando suas casas é maior do que o esperado, com as fronteiras de Gaza com Israel e Egito fechada para palestinos.
Corrida diplomática
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deverá se reunir com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, no Catar, como parte de esforços na região para que israelenses e palestinos "encerrem a violência e encontrem um caminho", disse a entidade. Abbas também deverá se reunir com o líder do Hamas, Khaled Meshaal, em uma tentativa de convencer o grupo islâmico que governa Gaza a aceitar um acordo para encerrar o conflito.
Soldados israelenses invadiram Gaza na quinta-feira após 10 dias de uma grande ofensiva aérea e naval que não conseguiu interromper o disparo de foguetes contra Israel por militantes palestinos que atuam no território. Israel diz que a operação terrestre é necessária para atingir a rede de túneis do Hamas. Moradores de Gaza relataram terem ouvido explosões durante toda a noite de sábado. Um ataque aéreo no subúrbio de Shejaiya atingiu a casa da autoridade do Hamas Khalil al-Hayya, deixando quatro mortos, incluindo seu filho e nora, disseram médicos palestinos.
Temores sobre civis
Esforços diplomáticos para um cessar-fogo não chegaram a um acordo. O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, se reuniu com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no sábado, mas disse que as tentativas de se chegar a uma trégua fracassaram. "Infelizmente, eu posso dizer que o pedido por um cessar-fogo não foi ouvido, pelo contrário, há o risco de mais mortes civis, o que nos deixa preocupados", disse ele à jornalistas.
O Hamas rejeitou um cessar-fogo mediado pelo Egito na semana passada, alegando que qualquer acordo com Israel deve envolver um fim ao bloqueio à Gaza.
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