Pela primeira vez desde que começaram os bombardeios aéreos da operação militar Margem Protetora, responsável pela morte de 165 palestinos em seis dias, forças israelenses lançaram neste domingo (13/07) uma incursão terrestre na Faixa de Gaza. Em uma ação aparentemente pontual, oficiais da Marinha israelense trocaram tiros com homens armados do Hamas com o alegado objetivo de desativar um local utilizado como base para lançamento de foguetes contra Israel.
[caption id="attachment_2877" align="aligncenter" width="792"] Palestinos lamentam a morte de parentes após funeral de 18 pessoas da mesma família, mortas após bombardeio de Israel[/caption]
Segundo o Exército israelense, os militares tiveram êxito na missão e permaneceram em território palestino por cerca de 30 minutos sob a cobertura de helicópteros da artilharia israelense; quatro soldados tiveram ferimentos leves. Segundo reporta a Routers, o Hamas afirma ter atirado nos marines israelenses que chegavam pelo litoral, impedindo-os de pisar em Gaza.
A ofensiva por terra sinaliza um recrudescimento ainda maior do conflito, desde que a Operação Margem Protetora, também batizada de “Penhasco Sólido” foi iniciada há seis dias. A intensificação vem após um dia sangrento na região — fontes de saúde palestinas registraram 56 mortes no sábado —, que fez com que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), bem como outras lideranças da comunidade internacional, pressionassem pela obtenção de um cessar-fogo entre as partes.
Israel deu um ultimato até as 12h locais (6h, no horário de Brasília) para que os moradores do norte de Gaza deixassem suas casas. Tel Aviv afirma que a maioria dos projéteis lançados pelo Hamas contra Israel são disparados a partir dessa região norte. Após o aviso, o qual o Ministério do Interior de Gaza classificou como “guerra psicológica”, milhares de palestinos estão deixando o local. “Aqueles que não cumprirem as instruções estão colocando em perigo suas vidas e as de suas famílias”, diz um panfleto israelenses espalhados pelos militares em Gaza.
Desde que a escalada de violência começou, há seis dias, na terça-feira (08/07), Israel afirma ter atacado 1.320 alvos em Gaza e recebido cerca de 800 foguetes disparados pelo Hamas. Até o momento, não há notícias de cidadãos israelenses mortos no combate, mas na manhã de hoje um projétil disparado pelo Hamas contra a cidade de Ashkelon deixou gravemente ferido um adolescente de 16 anos.
[caption id="attachment_2878" align="aligncenter" width="789"] Fontes de saúde palestina registraram 165 mortes em Gaza desde o lançamento da ofensiva militar israelense[/caption]
Também hoje, extremistas palestinos executaram nas ruas de Gaza um homem suspeito de ter colaborado com o serviço secreto israelense, segundo informou a agência local Ma’an. Fontes na cidade de Rafah testemunharam o ato, que pareceu ser uma execução extrajudicial, logo após a prisão do suposto colaboracionista.
Cronologia das tensões
Segundo a imprensa israelense, várias vozes da comunidade árabe estão redobrando os esforços para que israelenses e palestinos interrompam as hostilidades. Os termos do acordo incluiriam o fim do bloqueio israelense além da redução do perímetro que Israel mantém como zona de segurança ao redor da Faixa de Gaza.
A escalada de violência israelense ocorreu após a morte de três adolescentes israelenses na Cisjordânia no final de junho. Como “vingança”, um jovem palestino foi queimado vivo e assassinado em Jerusalém./Logo após a descoberta dos corpos dos três jovens, Israel iniciou uma ofensiva contra o Hamas. Aviões de guerra passaram a bombardear Gaza destruindo casas e instituições e foram realizadas execuções extrajudiciais. Até agora, quase 600 palestinos foram sequestrados e presos.
A tensão aumentou na região após anúncio, no começo de junho, do fim da cisão entre o Fatah e o Hamas, que controlam a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, respectivamente. Israel considera o Hamas um grupo terrorista e por isso suspendeu as conversas de paz que vinham sendo desenvolvidas com os palestinos com a mediação do secretário de Estado norte-americano, John Kerry.
Fonte: Opera Mund.
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