Policial suspeito de ter efetuado o disparo que vitimou a pequena Maria Vitória, de apenas 1 ano, já prestou depoimento na Corregedoria da Polícia Civil em Salvador. Ele ficará 45 dias afastado do trabalho e responderá ao processo em liberdade.
Em depoimento, ele contou que estava no bairro Catiara buscando um traficante conhecido como "Bolacha", depois de uma denúncia; ele foi ao local acompanhado de um PM. Ao chegar lá, avistou outros suspeitos de tráfico de drogas e tentou abordar um deles, que reagiu atirando. Ele disse que disparou todos os tiros na rua e não entrou em nenhuma casa - disse ter visto o suspeito de tráfico de drogas entrar em uma casa e depois uma mulher saindo com a criança já baleada. Ele então teria socorrido a vítima até o Hospital Municipal.
A versão é diferente da relatada por moradores e familiares, que dizem que o policial entrou atirando na casa, acabando por atingir a menina.
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Declaração do pai da criança morta
O pai de Maria Vitória, Luís Carlos Silva, 22 anos, negou que ela foi prontamente atendida. "Eles só deram socorro e levaram minha filha para o hospital porque a população chegou em cima", relatou.
O comerciante disse que assistia à TV, com a filha no colo, quando o fato ocorreu. "Estava com minha filha no braço, vendo televisão, ela me dando beijo, quando os dois policiais entraram e atiraram. Ela foi baleada no meu colo. Eles nem ligaram para dar socorro, mandaram eu ir para a desgraça", contou.
Segundo uma tia da criança, os policiais ainda disseram que “estavam acostumados com isso", ao ver a menina baleada.
Enterro de Maria Vitória foi marcado por protestos e comoção
Com gritos de protesto e pedido de justiça, centenas de pessoas acompanharam o sepultamento da pequena Maria Vitória Souza Santos, morta dentro de casa na noite desta quarta-feira (16), em Amargosa, após ser baleada na cabeça durante uma ação policial.
O crime motivou uma reação violenta da população, que incluiu queima de veículos, depredações, além da soltura de presos e o incêndio na delegacia de polícia de Amargosa. Na cidade, o clima é de tensão e medo. Durante esta quinta-feira (17), o comércio local, repartições públicas e privadas mantiveram suas portas fechadas, e as aulas foram suspensas, mesmo com a presença de grande contingente da polícia.
O Secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia, Maurício Barbosa esteve em Amargosa acompanhando a movimentação. A imprensa de todo o Estado da Bahia noticiou o fato, que teve destaque também na imprensa nacional.
Imagens: Amargosa Notícia
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